Paim pede atenção aos direitos dos trabalhadores domésticos



Em pronunciamento nesta segunda-feira (17), o senador Paulo Paim (PT-RS) chamou a atenção para a votação, prevista para esta semana, da regulamentação da Emenda Constitucional das Domésticas, e mencionou a preocupação dos membros da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) com o projeto. Paim leu trechos de documento publicado pela Anamatra que repudia a flexibilização dos direitos trabalhistas e sugere que não se permita o trabalho doméstico por menores de 18 anos:

- Tal vedação está embasada em vários fundamentos, especialmente porque o trabalho doméstico é um trabalho penoso, e lugar de criança é na escola - disse o senador.

Paim disse que a sugestão dos magistrados do trabalho acompanha a orientação da Organização Internacional do Trabalho - que considera o trabalho doméstico um dos mais perigosos para menores de 18 anos - e a vedação de atividades penosas que está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. Outras preocupações da Anamatra citadas por Paim dizem respeito à falta de distinção entre horas a disposição do empregador e horas livres, e à hipótese de trabalho em tempo parcial.

- Admitir tal hipótese é admitir que, por simples acordo, possa o empregado doméstico abrir mão do direito de perceber o salário mínimo nacional - alertou o senador.

Paim classificou como "bobagem" o conceito de que a nova legislação do trabalho doméstico provocará demissões em massa. Para ele, é possível diminuir as contribuições do empregador e do empregado e ampliar a desoneração do Imposto de Renda, reduzindo o impacto dos novos encargos trabalhistas.

PEC 37

Paim reafirmou sua posição contra a PEC 37 por considerar que sua aprovação gerará insegurança jurídica e desorganização da investigação criminal, além de dificultar o trabalho cooperativo de diferentes órgãos.

- O Ministério Público tem que ter, sim, poder de investigar. Investigar não é crime. Investigue, instale-se o processo: culpado é culpado, inocente é inocente - declarou.

Protestos

Na abertura de seu discurso, Paulo Paim salientou que as manifestações de rua que têm ocorrio no país são legítimas e reivindicam "questões básicas de todo o povo", e repudiou a criminalização dos momentos sociais.

- No momento em que os estudantes começam a fazer algum tipo de manifestação, no momento em que se mobilizam, já começam a criar fantasmas - lamentou.

Apelando ao diálogo e ao bom senso, Paim citou o deputado Ulysses Guimarães (1916-1992) - que chamava a atenção para a necessidade de se ouvir a "voz rouca das ruas" - e criticou a violência da polícia e dos manifestantes.

Em aparte, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) classificou a organização popular como o melhor caminho para se encontrar soluções. Ela lamentou o fato de que todo movimento tenha pessoas "mal intencionadas", mas observou que essa não representam a maioria dos manifestantes.



17/06/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Paim pede que reforma da CLT não revogue direitos dos trabalhadores

Paim pede atenção para os direitos humanos

Paim pede atenção para os direitos humanos

Senado aprova regulamentação dos direitos dos trabalhadores domésticos

Plenário examina novos direitos dos trabalhadores domésticos

ONU diz que Brasil está avançado em direitos para os trabalhadores domésticos