Paim quer negociações com controladores de vôo e servidores do Ibama e do Incra



O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu nesta sexta-feira (22), em Plenário, que o governo abra negociações com os controladores de vôo, que estão realizando operação-padrão. Apelou, ainda, por abertura de entendimentos com os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que se encontram em greve.

Ao lembrar o acidente com o avião da Gol em setembro do ano passado, Paim disse que não se pode colocar toda a culpa nos controladores. Na avaliação do senador, está havendo uma resistência para reconhecer problemas no sistema de controle de vôo, que classificou de obsoleto, e dificuldades decorrentes dos baixos salários da categoria.

- É aquela coisa: se há culpado, a culpa sempre cai sobre a parte mais fraca, nesse caso, os controladores. Não querer dialogar não ajuda. Para o bem da segurança nos aeroportos e nos vôos, é preciso dialogar - pediu.

Paim foi apoiado por Serys Slhessarenko (PT-MT), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Arthur Virgílio (PSDB-AM). Serys observou que a greve dos funcionários do Ibama não tem como foco os salários. Lembrou que os servidores querem impedir a divisão do órgão, por entenderem que essa medida criará dificuldades à política ambiental. Mozarildo, em aparte, disse que já havia alertado para problemas na área, a partir da aprovação da chamada Lei das Florestas, que contou com sua oposição. Arthur Virgílio atribuiu a crise aérea à incapacidade gerencial do governo.

No discurso, ainda, Paim disse ter recebido, na véspera, ligação do presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, que informou estar há meses buscando um canal de comunicação com o governo. O parlamentar também solidarizou-se com o sargento da Aeronáutica Carlos Trifilio, presidente da Federação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo, condenado a cumprir pena por declarações feitas durante o movimento.

Jovens

No mesmo pronunciamento, Paim abordou problemas que são enfrentados pela juventude brasileira, como a dificuldade de chegar ao mercado de trabalho e continuar os estudos. Também destacou políticas públicas que, na sua avaliação, podem contribuir para mudar essa situação e citou projetos de sua autoria com a mesma finalidade. De acordo com o senador, sem apoio os jovens ficam totalmente vulneráveis e correm o risco de se envolver em situações ilegais por falta de opções.

Entre as matérias que propôs ao Senado, Paim apontou o projeto que dispõe sobre o trabalho do menor aprendiz (PLS 93/03), e o que regulamenta a promoção do primeiro emprego (PLS 232/03).O senador também é autor da proposta de emenda à Constituição que se destina a instituir o Fundo de Desenvolvimento da Educação Profissional, por meio do qual podem vir a ser alocados cerca de R$ 6 bilhões para o ensino técnico (PEC 24/05). Essa proposta aguarda decisão em Plenário.

O senador lembrou ainda que, desde 2005, foram investidos mais de R$ 1 bilhão de recursos federais em programas voltados para jovens. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citados por Paim, a população brasileira é composta por 50,5 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos que, como avaliou, daqui a alguns anos representarão cerca de 40% da população entre 30 e 60 anos de idade, fase em que serão a principal força produtiva do país.

22/06/2007

Agência Senado


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