País diminui casos graves e óbitos por dengue



O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (19) a Campanha "Não dê tempo para a Dengue", uma mobilização nacional contra a doença. O objetivo é fazer parcerias para reforçar o alerta à população na prevenção. De acordo com o último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), em comparação com 2010, houve uma queda de 61% nos casos graves (de 16.758 para 6.566) e de 10% nos óbitos (de 638 para 573) neste ano, mesmo com o crescimento no número de notificações da doença. O número de internações por dengue teve redução de 30% em relação a 2010. Com melhoria de assistência, o País conseguiu evitar 394 mortes por dengue este ano, o que significa que o Brasil tem um dos menores índices de mortalidade por dengue nas Américas, com 0,03 óbitos para cada 100 notificações.

"Conseguimos uma forte redução na gravidade dos casos. Vamos fazer um grande reforço em 2014 para diminuir ainda mais a letalidade", afirma o ministro Alexandre Padilha, que acredita que o Programa Mais Médicos vai ser essencial para atingir este objetivo. "Nós temos uma vantagem com o Mais Médicos, em que a grande maioria dos profissionais tem grande experiência em cuidar de pacientes com dengue. Cuba teve a menor letalidade de dengue quando enfrentou epidemia da doença", disse Padilha.

Até o final do ano, serão investidos mais de R$ 363,4 milhões em repasses a todos municípios para vigilância, prevenção e controle da dengue. O recurso adicional representa acréscimo de 30% ao teto financeiro. O ex-capitão da Seleção Brasileira de Futebol, Cafu, foi escolhido para participar da campanha.

"Estamos nos preparando para o verão do ano que vem, porque essa estação é propícia à proliferação do mosquito", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. 

LIRAa

Os dados epidemiológicos da doença apontam que, entre janeiro e setembro deste ano, foram notificados 1.476.917 casos suspeitos de dengue, dos quais 63,4% foram concentrados na Região Sudeste. O vírus do tipo 4, que começou a circular no Brasil no início desta década, foi o mais destectado no país, tendo sido constatado em 72% dos municípios.

Ainda de acordo com o levantamento, 157 municípios brasileiros está em situação de risco, enquanto outros 525 estão em estado de alerta. A maior parte dos municípios do Nordeste que realizaram o levantamento estão em situação de risco.

O estudo também revelou que três capitais estão com ocorrências da doença: Cuiabá, Rio Branco e Porto Velho. Outras 11 (Boa Vista, Manaus, Palmas, Salvador, Fortaleza, São Luís, Aracaju, Goiânia, Campo Grande; Rio de Janeiro e Vitória) apresentaram situação de alerta e seis estão com índices satisfatórios (Macapá, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre).

Sete capitais (Belém, Maceió, Recife, Natal, Florianópolis e Brasília) ainda não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa. Estes resultados foram consolidados até esta segunda-feira (18) e o Ministério da Saúde continua recebendo as informações dos estados.

Criadouros

Além de ajudar os gestores a identificar os bairros em que há mais focos de reprodução do mosquito, o LIRAa também aponta o perfil destes criadouros. Segundo o levantamento, 37,5% dos focos estão em formas de armazenamento de água, 36,4% em espaços em que o lixo não está sendo manejado adequadamente e 27,9% em depósitos domiciliares. Na região Sudeste, os principais depósitos de larvas do Aedes aegypti são domiciliares, como em pratinhos de plantas e ralos. No Nordeste, o armazenamento de água para consumo humano representou o maior número de criadouros, enquanto no Centro-Oeste o lixo foi o principal responsável pela infestação do mosquito.

Sintomas

Com a proximidade da quadra chuvosa, é importante redobrar a atenção aos sintomes da dengue. Febre, dor de cabeça, dor nos olhos, dores nas costas, manchas no corpo e, em alguns casos, pequenas hemorragias na boca, urina ou no nariz, são sintomas de dengue. A doença pode se manifestar de formas diferentes, mas o tratamento para ela tem um item básico: a hidratação. A dengue remove parte do líquido dos vasos sanguíneos e compromete a circulação do sangue. Por isso, a água é fundamental no tratamento, repondo o líquido que foi perdido.

Cuidados

Aos primeiros sintomas da dengue (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação é que a pessoa procure o serviço de saúde mais próximo. É fundamental não tomar remédio por conta própria – pois isso pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico – devendo ainda estar alerta para sinais de agravamento, como vômitos e dores abdominais.

Outros sintomas

Além dos sintomas mais comuns, a dengue pode se manifestar com dores abdominais fortes e contínuas, vômitos, tonturas, alterações na pressão arterial, fígado e baço dolorosos, vômitos hemorrágicos ou presença de sangue nas fezes, pulso rápido, diminuição súbita da temperatura, agitação, fraqueza e desconforto respiratório.

Dengue hemorrágica

Existe uma forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica. A ocorrência da forma mais grave acontece, na maioria das vezes, quando a pessoa já foi infectada anteriormente por um tipo diferente do vírus. Existem quatro tipos de dengue no Brasil e no mundo. O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A dengue pode se apresentar, clinicamente, como infecção inaparente, dengue clássica, febre hemorrágica da dengue e síndrome de choque da dengue.

Prevenção

Para evitar a picada do mosquito, o uso de repelente é eficiente, pelo menos, três vezes ao dia, telas na janela e mosquiteiros também ajudam. O mosquito se reproduz em ambientes que contêm água parada e limpa. Seus ovos podem sobreviver até um ano em ambiente seco e esperam a estação seguinte de chuvas para formar novas larvas e multiplicar os mosquitos.

A melhor forma de prevenir é combater o mosquito transmissor retirando possíveis criadores como pneus em áreas abertas, que podem reter água da chuva; colocando areia ao invés de água nos pratinhos de plantas; limpando sempre vasos sanitários pouco usados, vasilhames de água de animais domésticos, caixas de água e piscinas.

Fontes:

Portal Brasil

Ministério da Saúde

 



20/11/2013 10:43


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