Países amazônicos apresentam relatório de conservação integrada da região
Diretores de áreas protegidas dos oito países amazônicos apresentaram durante a Conferência das Nações sobre Biodiversidade (COP 10) em Nagoya, no Japão, o primeiro relatório regional de implementação do Programa de Trabalho de Áreas Protegidas (PoWPA) da CDB na Amazônia. As autoridades também divulgaram um plano de ação para a região no período de 2011 a 2020.
Uma das razões desse trabalho é que as áreas protegidas são um instrumento fundamental em qualquer estratégia de desenvolvimento sustentável e conservação da diversidade ecológica e cultural. Outra é que o conjunto de sistemas nacionais, na região Amazônica, conta aproximadamente de 21% de áreas protegidas e 26% de terras indígenas e outras modalidades que contribuem para a conservação.
Atualmente, 78% de todas as áreas protegidas criadas no mundo entre 2003 e 2009 estão na Amazônia e que o bioma abriga 2,16% de todas as áreas protegidas do mundo. Esse esforço foi reconhecido como um dos resultados do Panorama Global de Biodiversidade.
O relatório regional é resultado do trabalho dos países amazônicos de construção de uma estratégia de conservação que considera todo o ecossistema da Amazônia e que visa integrar os trabalhos de conservação realizados separadamente por cada uma das nações que a englobam dentro de suas fronteiras.
“A visão integrada da Amazônia é essencial para atingirmos objetivos de conservação da biodiversidade mais consistentes no que diz respeito à manutenção dos serviços ecológicos, representação dos ecossistemas e ainda resistência frente às ameaças das mudanças climáticas”, afirmou Fábio Franca de Araújo, Diretor de Áreas Protegidas do Brasil.
“Não podemos pensar na Amazônia do Brasil, da Colômbia, do Equador, Peru e outros países separadamente, até porque a biodiversidade está muito além da divisão entre limites nacionais”, afirmou Maria Fernanda Cuartas, da Unidade Especial de Parques Nacionais Naturais da Colômbia.
Investimentos
Os países amazônicos já investem recursos da ordem de 100 milhões de dólares anuais na manutenção das áreas protegidas amazônicas. No entanto, dizem os representantes dos governos regionais, ainda persiste uma significativa lacuna de alocação de recursos da ordem de, no mínimo, 150 milhões de dólares anuais, além da necessidade de investimentos adicionais em infraestrutura da ordem de 500 milhões de dólares para que as áreas protegidas da região atinjam níveis básicos de consolidação.
Devido à importância global do bioma amazônico, os países consideram que uma parte significativa das lacunas financeiras deveria ser coberta com aportes de outros governos e instituições financeiras internacionais.
Além dos ministros do Meio Ambiente dos países amazônicos convidados pela representante do governo brasileiro, Izabella Teixeira, o evento teve a participação de organizações como a Rede Latino Americana de Áreas Protegidas (Redparques), a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), o secretariado da CDB, e a Iniciativa Amazônica da Rede WWF, com participação da Comunidade das Nações Andinas (CAN) e da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Desde 2009, essas entidades apoiam o trabalho dos governos nacionais por meio de suporte técnico para a construção da estratégia regional de conservação do bioma e implementação do plano de ação.
Fonte:
Portal Brasil
27/10/2010 16:31
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