Organizações mundiais pretendem monitorar desmatamento nos países amazônicos



Foi firmado nessa semana parceria de pesquisa entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para monitorar desmatamento nos países amazônicos.

A parceria firmada entre as duas instituições permitirá a capacitação de técnicos da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que aprenderão no Centro Regional da Amazônia do Inpe, em Belém (PA), a manejar as ferramentas que tornaram da instituição brasileira uma referência mundial no monitoramento por satélites.

Segundo a Organização, o objetivo é estabelecer um sistema regional coordenado de monitoramento da cobertura florestal, tendo como referência as metodologias e tecnologias desenvolvidas pelo Inpe. Assim, o conhecimento adquirido na instituição brasileira deve contribuir para a governança de questões relacionadas ao desmatamento e ao uso da terra nos países.

Está prevista a realização de 12 cursos de capacitação sobre monitoramento do desmatamento. A parceria entre Inpe e OTCA também possibilitará instalar “Salas de Observação” nos países membros da organização, que poderão acompanhar em tempo quase real as informações sobre a extensão e a qualidade da cobertura florestal nessa região.

Vigilância por satélites

O maior programa de acompanhamento de florestas do mundo permite ao País medir o desmatamento e divulgar com transparência todas as informações obtidas a partir dos satélites.

O monitoramento por satélites é hoje imprescindível na contenção do desmatamento para proteger a biodiversidade e frear alterações no clima, além de gerar as informações necessárias à implantação de políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Desde 1988, o Inpe mapeia de forma operacional o desmate por corte raso com o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes).

O Inpe mantém em operação três sistemas para monitorar o desflorestamento na Amazônia – além do Prodes, o Deter o Dedrad, que atuam de forma independente, porém complementares.

O Prodes revela a taxa anual do desmatamento por corte raso, quando todo o conjunto de árvores da floresta é retirado. Desde 2004, o Inpe também opera o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Menos detalhado do que o Prodes - por utilizar sensores que cobrem a Amazônia com maior frequência, porém com imagens de menor resolução espacial -, o Deter inclui tanto o corte raso quanto as ocorrências de degradação florestal. É utilizado para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.