Palocci: economia brasileira está mais preparada para enfrentar guerra no Iraque



Na exposição inicial que fez na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado(CAE), na noite desta terça-feira (11), o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, garantiu que o Brasil -está hoje mais preparado- para enfrentar os efeitos de uma possível guerra envolvendo os Estados Unidos e o Iraque.

- Desde a eleição do presidente Lula o risco Brasil caiu muito. Isso mostra que estamos no caminho certo e há mais confiança dos investidores no Brasil. O Brasil não será tão penalizado numa possível guerra no Iraque - disse, admitindo, no entanto, que -turbulências devem ocorrer-, assim como na economia mundial.

O que eleva a taxa de juros no Brasil, de acordo com o ministro, -é o risco Brasil, e não a taxa Selic- (taxa básica dos juros pagos pelos títulos públicos comprados pelos bancos). Ele afirmou que o governo tem estudos mostrando isso. Com isso, o ministro rebateu as críticas feitas nas duas vezes em que o governo Luiz Inácio Lula da Silva elevou a taxa de juros.

Palocci insistiu que o governo não abrirá mão combater a inflação e de manter superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (sobra em caixa antes do pagamento dos juros). Só agindo assim, explicou, os investidores acreditarão mais no país e, com isso, o governo terá condições de reduzir a taxa de juros.

- O objetivo do governo é sair da armadilha da dívida pública, reduzindo os gastos com juros para tornar possível um crescimento sustentado, com inflação baixa. Fazendo isso, entraremos em um ciclo virtuoso de crescimento. Crescimento sim, mas com redistribuição de renda - resumiu o ministro da Fazenda.

Palocci sustentou que, se já em 1995 o governo Fernando Henrique Cardoso tivesse elevado o superávit primário para 3,2% do PIB, a dívida pública não teria pulado de 30% para os atuais 56% do PIB. Ele apresentou um quadro prevendo que, se o governo mantiver o superávit primário de 4,25%, a dívida pública poderá cair de 56% para 32,2% em 2011, numa hipótese otimista. Na previsão mais pessimista, mantido o superávit o peso da dívida cairá para 38% daqui a nove anos.

Antônio Palocci ponderou que esta é a primeira vez que o governo decidiu fazer um severo ajuste em suas contas sem aumentar impostos para a população.

- O presidente Lula decidiu que o aperto agora teria de ser feito pelo governo e, por isso, foi feito o contingenciamento de R$ 14 bilhões no orçamento - disse.

As reformas tributária e da Previdência Social foram apontadas pelo ministro da Fazenda como fundamentais no ajuste fiscal do governo. Ele rebateu a afirmação de que os gastos com a previdência do funcionalismo seriam -muito menores- se o Estado pagasse sua parte na contribuição previdenciária, como nas empresas privadas. Segundo ele, os gastos da União, estados e prefeituras se reduziriam dos R$ 54 bilhões previstos para este ano para R$ 40 bilhões.




11/03/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Secretária da ONU afirma que América Latina está preparada para enfrentar a crise internacional

Para Valadares, guerra contra o Iraque poderá estagnar economia mundial

Renan Calheiros diz que guerra ao Iraque traz instabilidade à economia mundial

Sabesp está entre as 20 empresas mais transparentes na economia brasileira

Brasil está preparado para enfrentar problemas na economia mundial, diz Sibá

BRASIL ESTÁ MAIS PREPARADO PARA ENFRENTAR CRISE DO PETRÓLEO