Papaléo critica Ministério da Educação por mais um erro no Enem
O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) criticou nesta quarta-feira (17) falha no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para preencher vagas em universidades públicas. Essa falha levou estudantes a pensarem, no domingo (14), que haviam sido aprovados, mas logo o próprio Sisu corrigiu o equívoco. O Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou que um dos "falsos aprovados" passou por trotes dos colegas e teve os cabelos raspados.
Papaléo assinalou que o erro é mais um da série de equívocos protagonizados pelo Ministério da Educação no Enem. Esses problemas, segundo o senador, começaram quando o Ministério da Educação "deixou vazar a prova", com prejuízos ao governo (que teve que arcar com os custos de realização de novo exame) e aos candidatos que haviam investido na preparação, em busca de uma vaga em instituições públicas de ensino.
Descrédito
O "descrédito do Enem", conforme Papaléo, pode ser avaliado por dois fatos: mais da metade das instituições de terceiro grau deixaram de considerar o Enem como classificatório para preenchimento de suas vagas e 50% dos candidatos não compareceram à segunda prova do exame, no fim do ano passado.
O Ministério da Educação falhou de novo, de acordo com Papaléo, ao não considerar que os estados da Região Norte só têm acesso discado à internet. Com a conexão lenta, os estudantes desses estados se colocaram em desvantagem em relação aos outros estados, que têm acesso por banda larga e, por isso, conseguiram ocupar as melhores vagas nas instituições integrantes do Sisu.
Banalização
Papaléo lamentou que "desmandos" como o do Enem estejam totalmente banalizados. Segundo ele, o maltrato da coisa pública não encontra mais eco no país. Citou como exemplo também o escândalo da Bancoop, a cooperativa habitacional dos bancários.
- Hoje, essas más práticas políticas, essas más práticas administrativas, essas más práticas de desvio de dinheiro público estão sendo consideradas como algo normal. Hoje se considera normal ser corrupto - lamentou.
17/03/2010
Agência Senado
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