Papaléo solicita informações ao Ministério da Educação sobre papel do Enem



O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) apresentou requerimento nesta segunda-feira (7) solicitando ao Ministério da Educação (MEC) informações sobre o real propósito da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Papaléo, que disse ter tido acesso a algumas das questões da prova aplicada no domingo (6), apontou a dificuldade de os estudantes responderem a 45 questões de matemática e 90 perguntas sobre outras matérias com alto grau de dificuldade de interpretação e, ao final, terem de redigir uma redação. O senador relatou que o jornal Estado de S. Paulo, em sua edição de domingo, informava que professores de cursinho aconselharam os alunos a deixar a prova de redação de lado.

O senador disse, ainda, que a falha na segurança, que obrigou o Ministério da Educação a cancelar a prova anterior, transferindo-a para este fim de semana, gerou desconfianças - inclusive sua desconfiança pessoal - de que possa ter havido fraude também nesta última prova.

O parlamentar lembrou os prejuízos causados aos cofres públicos com a fraude, de cerca de R$ 130 milhões e considerou o Enem "um fracasso", pelo fato de a maioria das universidades não ter aceito os resultados da prova como forma de acesso à universidade no próximo ano.

Calha Norte

Papaléo também elogiou o Programa Calha Norte, vinculado ao Ministério da Defesa, implantado há 24 anos, na Região Norte. Ele afirmou que esse é um programa "sério, importante e modelar" que ultrapassou seu papel de manutenção da segurança estratégica nas fronteiras, da soberania nacional e de assegurar o desenvolvimento regional, beneficiando a população local com segurança pública, transporte e acesso a localidades distantes.

Papaléo citou ainda outros projetos desenvolvidos na região que têm levado assistência médica a populações distantes, manutenção da navegação fluvial, transporte aéreo que substitui o transporte aquaviário em locais de difícil acesso, promoção territorial e defesa da região, manutenção de aeródromos e da infraestrutura instalada de pelotões especiais de fronteira do Exército.

O parlamentar mencionou a realização de projetos de infraestrutura básica nas áreas de educação, saúde, transporte, saneamento básico, energia e comunicações em municípios carentes e a distribuição de material escolar e didático a populações indígenas, além de projetos de conservação de pequenas centrais elétricas.

Papaléo citou ainda estudo do Ministério da Defesa, com apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Superior de Economia (ISE), para implantação dos Planos de Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável, com vistas a otimizar recursos e aplicar estratégias de desenvolvimento regional para a melhoria do padrão de vida da população, ampliação de oportunidades de investimentos e produção, melhoria da gestão municipal e fortalecimento de atividades econômicas estaduais e municipais. Já foram feitos convênios com quatro estados e 200 prefeituras para realizar 426 obras de infraestrutura, relatou o senador.

Aids

Papaléo também criticou campanha do Ministério da Saúde sobre a Aids, em que aparece um casal se beijando, com a informação de que o vírus HIV não é transmitido pela saliva. Papaléo, que é médico, disse que "há muitas controvérsias a respeito disso" entre os especialistas.

De acordo com o senador, infectologistas, dentistas e clínicos gerais, criticaram a campanha, tanto do ponto de vista técnico, como moral, tendo em vista que "algumas famílias são mais conservadoras sobre os costumes".

Ele classificou a propagada como "constrangedora" do ponto de vista técnico e moral.



07/12/2009

Agência Senado


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