Papaléo diz que vai votar contra a CPMF
Em pronunciamento nesta segunda-feira (10), o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) anunciou o seu voto contrário à proposta de emenda à Constituição (PEC 89/07) que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) até 2011, que deve ser votada nesta terça-feira (11), em primeiro turno, pelo Plenário.
Papaléo também condenou declarações dadas à imprensa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria solicitado o empenho dos governadores e da população, no sentido de que pressionem os parlamentares de seus estados a votarem a favor da cobrança do tributo.
- O governo não pode causar expectativas de que aqui temos companheiros venais. Aqui não é a casa da mãe Joana, não, é o Senado Federal. Já temos 35 senadores decididos a votar contra a CPMF e o governo não quer votar - afirmou, acentuando que as declarações de Lula evidenciam um "assédio despudorado do governo a um poder autônomo, tentando submetê-lo a caprichos para extrair mais dinheiro dos brasileiros".
Papaléo disse ainda que, em vez de insistir na cobrança da CPMF, o governo deveria se empenhar na elaboração de uma reforma tributária capaz de desembaraçar os cidadãos e as empresas, tornando mais saudável a relação entre os diferentes níveis de governo e a sociedade brasileira, que se encontraria no limite de sua capacidade contributiva.
- A arrecadação federal vem batendo recordes. O que o governo precisa fazer é dar prioridade, na alocação de recursos, à saúde e não avançar mais e mais sobre o bolso do contribuinte. O governo ignora virtudes do planejamento e esbanja na gastança dos recursos que subtrai do contribuinte - afirmou Papaléo, criticando gastos da Presidência da República em cartões de crédito.
Papaléo disse que a CPMF, "sempre provisória", há muito tempo deixou de financiar a saúde e que o setor vem se deteriorando no governo Lula, como comprovaria a reincidência de casos de dengue em todo o país, o que demonstraria que o principal problema da saúde não se limitaria à falta de recursos, mas à ausência de talento, competência e gestão.
10/12/2007
Agência Senado
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