Para ACM, escândalos no governo Lula põem em risco a democracia
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) advertiu o Senado nesta terça-feira (23) para os riscos que os sucessivos escândalos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva trazem para a democracia. O acúmulo de acusações irregularidades no trato com o dinheiro público, na atual administração, levou o senador a citar o ex-presidente Café Filho, que, em outro momento da vida política brasileira, ameaçou com a possibilidade de um retorno a 1937 (ano do Estado Novo getulista).
- Lembrai-vos de 64!- disse o senador.
Antonio Carlos informou ao Plenário que está encaminhando requerimento de informações ao Ministério das Cidades e à Caixa Econômica Federal indagando os critérios usados na distribuição dos R$ 890 milhões aprovados pelo Congresso, sob a rubrica de créditos extraordinários, para o Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social. O senador disse ter pedido providências ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Federal sobre o episódio.
- O que o governo faz agora, no Ministério das Cidades, com o Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social é um acinte. Tudo aponta para um novo esquema de desvio de dinheiro público - afirmou.
Citando dados do Sistema de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), o senador denunciou que os partidos da base do governo, mesmo administrando um número menor de prefeituras, ficaram com a maior parte dos recursos. O senador acrescentouque municípios de tamanho, população e índices de desenvolvimento completamente diferentes recebem montantes praticamente iguais.
Antonio Carlos citou o caso da Bahia, onde cinco municípios distintos como Salvador, Camaçari, Camamu,Valença e Itabuna receberam R$ 9,75 milhões, cada um; Ilhéus ficou com R$ 9,26 milhões e Lauro de Freitas com R$ 6,65 milhões, enquanto ao governo do estado foram destinados apenas R$ 3,7 milhões.
23/05/2006
Agência Senado
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