Para Demostenes, governo deve abrir arquivos da guerrilha do Araguaia



É necessário cumprir a decisão da juíza Solange Salgado, da Primeira Vara Federal, que ordenou a divulgação dos documentos oficiais relacionados com a guerrilha do Araguaia, defendeu o senador Demostenes Torres (PFL-GO) nesta quinta-feira (21). O processo, segundo o senador, se arrasta desde 1982.

Demostenes disse acreditar que um homem com o passado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se furtará a cumprir, sem impor obstáculos, uma ordem judicial -carregada de tanto simbolismo-.

- Se o governo quiser esconder os documentos da guerrilha estará se equiparando à tortura e ao terror, duas das mais nefastas atividades exercidas pelo homem. Não se espera de Lula que compartilhe com a tortura ou com o terrorismo e muito menos com a escuridão dos fatos - afirmou.

Ao indagar o que o governo federal tem a temer com a revelação dos documentos, o parlamentar citou o jornalista Elio Gaspari que, em artigo publicado em vários jornais, lembrou aos integrantes do Partido dos Trabalhadores que o desejo das famílias é apenas o de saber o que aconteceu, localizar os corpos e dar um enterro digno a seus filhos.

De acordo com o senador, abrir os arquivos das Forças Armadas vai incentivar o testemunho espontâneo de oficiais e praças que atuaram no Araguaia, -pois eles também são a memória do conflito-. Para Demostenes Torres, apesar de que alguns integrantes do Exército afirmarem que não há documentos sobre a guerrilha do Araguaia, eles existem, conforme matérias publicadas pelo jornal Correio Braziliense. Na guerrilha do Araguaia, explicou o senador, além de 61 desaparecidos, tombaram 24 pessoas, sete delas militantes do PC do B e 17 militares.

Em aparte, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Edison Lobão (PFL-MA) manifestaram solidariedade ao discurso de Demostenes Torres.

Sucesso

O senador Demostenes Torres também congratulou o jornal O Sucesso, que está completando oito anos de circulação.

- É um semanário de grande qualidade e muita repercussão em Goiás, Tocantins e Distrito Federal - afirmou.



21/08/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Governo reinicia buscas de desaparecidos da Guerrilha do Araguaia

Defesa vai abrir arquivos militares para a Comissão da Verdade

Brasil publica sentença da OEA sobre Guerrilha do Araguaia

CRE examina investigações de procuradores sobre guerrilha do Araguaia

Comissão de Relações Exteriores discute Guerrilha do Araguaia

TV Senado discute destino de documentos da guerrilha do Araguaia