PARA DEPUTADOS, MAIORIA DOS BINGOS ESTÃO NA CONTRAVENÇÃO



Os deputados da comissão mista que analisa a medida provisória que altera a Lei Pelé e institui a Taxa de Fiscalização dos Bingos (Tabin) entendem que os representantes de associações de bingos deveriam ajudar a identificar as irregularidades cometidas no setor para garantir a sobrevivência daqueles que operam dentro da lei e contribuem para o desenvolvimento do esporte amador no Brasil.
Para o deputado Eurico Miranda (PFL-RJ), os depoentes desta quinta-feira (dia 17) não contaram "a verdadeira história dos bingos no Brasil". Segundo ele, a grande maioria dos administradores desse jogo está mais interessada nas máquinas de bingo que, na sua interpretação, são contra a lei.
- Desconheço bingo que não tenha caixa dois. A máfia controla o bingo, mas os mafiosos não estão aqui. Os administradores dos bingos deveriam denunciar os que procedem irregularmente e os que não contribuem com o que deveriam para o esporte amador - sugeriu o deputado, que é dirigente do Vasco da Gama.
Eurico foi acompanhado pelo deputado Zezé Perrella (PFL-MG), para quem "os representantes da bandalheira" não estavam presentes à comissão. Ele acredita que somente se forem feitas denúncias o "joio poderá ser separado do trigo".
O deputado Professor Luizinho (PT-SP) acredita que a imagem do setor está sendo destruída e que os representantes dos bingos estão permitindo que isso aconteça. Para ele, os bingos viraram "mini-cassinos". Luizinho pediu que fosse formado um movimento para cercear as ilegalidades e proteger quem quer ter uma atividade econômica lícita nos bingos.
Já o deputado Germano Rigotto (PMDB-RS) se disse convicto de que, caso não haja uma nova regulamentação, com a cooperação dos administradores, "os bingos terminarão no Brasil". Para ele, o setor precisa admitir que a atividade se deteriorou e que existem "absurdos" acontecendo, como casas funcionando exclusivamente com máquinas caça-níqueis, com crianças jogando.
- Os representantes têm que ser os primeiros a compreender essa situação e ajudar-nos a colocar freios nessa situação - afirmou Rigotto.
Como proposta para tornar a atuação dos bingos mais transparente, os deputados sugeriram a implantação de cartelas oficiais de bingo, emitidas pela Caixa Econômica Federal (CEF), a exemplo do que acontece com as loterias. Para Eurico Miranda, a cartela oficial seria uma maneira de fazer com que o próprio jogador pudesse fiscalizar o bingo, a exemplo do que acontece em outros países como a Espanha.
Os deputados Clóvis Volpi (PSDB-SP) e Darcísio Perondi (PMDB-RS) também participaram dos debates.

17/02/2000

Agência Senado


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