PARA EDUARDO SUPLICY, TODOS OS DEPOIMENTOS DEVEM SER PÚBLICOS
A fim de garantir à população amplo conhecimento dos trabalhos das CPIs, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP0 pediu nesta segunda-feira (dia 03) que sejam ouvidos em sessão pública os depoimentos de Tereza Cristina Grossi Togni, chefe do Departamento de Fiscalização do Banco Central; Vânio César Pickler Aguiar, chefe-adjunto do mesmo departamento; e Maria do Socorro Costa de Carvalho, consultora da Diretoria de Área Externa.Referindo-se à idéia do senador João Alberto (PMDB-MA), relator da CPI dos Bancos, sobre a conveniência de ouvir-se esses depoentes em sessão reservada, Suplicy argumentou que a TV e a Rádio Senado têm realizado extraordinário trabalho na divulgação das investigações dessas comissões de inquérito, sendo lastimável que não possam fazê-lo agora. - A população está nos ouvindo, tudo que fazemos aqui é objeto de análise e crítica. Cada uma das nossas atitudes, palavras, gestos é julgada pela população. E as duas CPIs têm-se tornado algo de extraordinária relevância e interesse público - alegou o parlamentar. Suplicy também argumentou que, se a CPI ia ouvir em sessão pública até o depoimento de Francisco Lopes, ex-presidente do Banco Central, que foi preso por recusar-se a assinar o termo de compromisso, não há razão para ouvir em sessão reservada essas autoridades do Banco Central. Também lembrou que na CPI que investigou Paulo César Farias, ex-tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello, ouviu-se inúmeras testemunhas em sessão pública, assim como na CPIs dos Precatórios."Por que deixarmos três funcionários do Banco Central para serem ouvidos de maneira reservada?", questionou ainda o parlamentar. Se o propósito é o de que eles se sintam mais à vontade para falar, ele observou que há também o argumento contrário - o de que outros funcionários do Banco Central, que testemunharam seus comportamentos, possam assistir agora à versão que eles têm dos fatos. Na opinião do senador, esse fator de pressão poderá tornar esses depoimentos mais reveladores.
03/05/1999
Agência Senado
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