Para especialista, economia sustentável ganha aceitação



A sustentabilidade não é obstáculo para o setor produtivo, mas oportunidade de novos negócios. A opinião é do diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), professor Saulo Rodrigues Pereira Filho, que participou, nesta terça-feira (3), de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente (CMA) sobre a Rio+20, conferência internacional a ser realizada em junho no Rio de Janeiro.

De acordo com o especialista da UnB, os setores empresariais já não veem mais o meio ambiente como uma barreira para o crescimento:

– Já há empresários reconhecendo que o paradigma da sustentabilidade pode ser solução e não problema para que o mercado continue aberto e em expansão – afirmou.

Cenário Internacional

O papel do Brasil no cenário internacional foi ressaltado pelos participantes do debate na CMA. Para o senador Jorge Viana (PT-AC), o país é o lugar mais adequado para sediar a Rio+20 por ser um dos poucos que vêm crescendo economicamente com inclusão social.

Na opinião do gerente executivo de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Shelley de Souza Carneiro, o Brasil tem aspectos positivos que lhe credenciam para o debate sobre políticas ambientais em âmbito internacional, como biodiversidade, recursos naturais em abundância e riqueza econômica.

Alerta

O presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGE), Mariano Laplane, fez um alerta ao lembrar que a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) deixou muitas frustrações e promessas que não foram cumpridas. Em sua avaliação, a Rio+20 só vai devolver parte do otimismo perdido se as lideranças forem para o caminho da construção social coletiva.

– Nos últimos 20 anos, caminhamos na direção da lógica do cada um por si. Indivíduos, grupos, empresas e países viveram em concorrência. Agora é preciso haver um grau de noção de responsabilidade coletiva. Sem isso, vamos continuar acumulando frustrações – previu.

A Rio+20 será realizada entre os dias 13 e 22 de junho, justamente 20 anos após a Rio 92. A organização espera a participação de representantes de 193 estados-membros da ONU, além de 50 mil credenciados.

Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza são os três eixos principais da cúpula, que contará com a participação de juristas, sindicalistas, parlamentares, negociadores internacionais e comunidade científica e tecnológica de todo o mundo.

Convite

O presidente da CMA, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), aproveitou para convidar os presentes ao debate para uma audiência pública a ser realizada pela Subcomissão Permanente da Água, nesta quarta-feira (4), às 8h45. Na reunião, serão mostrados os resultados do 6º Fórum Mundial da Água, encerrado em 17 de março na França. A ministra do Meio Ambiente,  Izabella Teixeira, é uma das convidadas. O encontro será na sala 6 da Ala Nilo Coelho, no Senado Federal.



03/04/2012

Agência Senado


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