PARA LAURO, DIVERSIDADE DIFICULTA IMPLANTAÇÃO DA MOEDA ÚNICA NA AL



O senador Lauro Campos (PT-DF) alertou nesta segunda-feira (dia 12) para a inconveniência da proposta de criação de uma moeda única na América Latina e, em, especial, para a adoção do dólar, por causa da grande diversidade que existe na região. Ele lembrou que na Europa a unidade monetária foi obtida depois de anos de guerra e que esse assunto vem sendo tratado desde 1950. Mesmo assim, observou, ainda hoje existem dificuldades na implantação do euro.O senador ressaltou que na América Latina, antes mesmo da criação da moeda única, já se observa uma briga entre o real e a moeda argentina. "A unidade é uma aparência, sempre o que se sobressai é a diversidade", disse o senador. Ele disse que a moeda brasileira também não é única. O parlamentar exemplificou sua tese afirmando que, em muitos lugares, o trabalhador rural recebe um papel do proprietário da fazenda como promessa de pagamento de salário. "De modo que aquele papel expressa o poder do fazendeiro frente ao não-poder do trabalhador", disse. Outro exemplo citado pelo senador para explicar a diversidade do valor do real é o papel moeda que o Estado emite. "Esse dinheiro não serve como pagamento de bens de consumo, não concorre com os capitalistas e portanto não compra meios de produção para estabelecer indústrias", disse. De acordo com o senador, o estado usa esse dinheiro geralmente para fins bélicos ou para o pagamento de servidores. "Talvez por esse motivo é que o funcionário público é tão maltratado, já que não se percebe sua inserção no mercado consumidor", completou.

12/06/2000

Agência Senado


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