PARA LUIZ OTÁVIO, "MARCHA DOS 100 MIL" DEVIA SE CHAMAR "DOS SEM VOTO"



O senador Luiz Otávio (PPB-PA) ironizou a realização da "Marcha dos 100 Mil", nesta quinta-feira (dia 26), pedindo ao presidente Fernando Henrique que refizesse a sua frase sobre a mobilização das oposições, que o presidente havia chamado de "Marcha dos Sem Rumo".- Agora, depois que já vimos o que aconteceu, ele deveria chamá-la de "Marcha dos Sem Voto" - disse o senador.Luiz Otávio afirmou que "antes de proporem saídas radicais para a sociedade brasileira, como o fizeram, Arraes deveria esclarecer sobre os precatórios de Pernambuco; Brizola sobre suas fazendas no Uruguai e Lula deveria entender que com três anos e meio de antecedência não é hora de se lançar pela quarta vez à Presidência da República".Para Luiz Otávio, "só tem uma saída para eles: um sai para deputado federal, outro para a Assembléia Legislativa e ainda dá para eleger um vereador".Em aparte, a senadora Marina Silva (PT-AC) contestou o orador. Para ela, o melhor seria considerar que "a ironia do senador foi apenas um equívoco". A senadora lembrou que as três personalidades citadas (Lula, Brizola e Arraes) são nomes importantes da história política brasileira, por sua contribuição para a solução dos grandes problemas nacionais.Marina observou que o critério escolhido por Luiz Otávio para avaliar a eficácia e a importância da marcha foi o quantitativo, frisando que para as oposições "o que mais conta é a qualidade, ainda que saibamos que o ideal é juntarmos a quantidade à qualidade".REFORMA FISCALEm seu pronunciamento, Luiz Otávio fez ainda um apelo à equipe econômica para que leve em conta a criação de um fundo constitucional nos moldes propostos pelo professor Clovis Mácula, com o objetivo de estimular os estados que apresentarem superávit comercial. Segundo o senador, a proposta, apresentada em "boa hora", uma vez que poderá ser absorvida pela reforma fiscal que está sendo discutida, já foi apoiada pelo senador Jader Barbalho e pelo restante da bancada paraense. Ele entende que se o Pará - segundo melhor resultado em termos de superávit comercial, vindo logo depois de Minas Gerais - passar a receber os estímulos nos termos propostos pelo professor, poderá concluir a infra-estrutura necessária para fazer circular sua produção."Não é justo - disse ele -, que se aplique recursos da União para investir apenas em estados que têm maior poder político".

27/08/1999

Agência Senado


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