Para Melo, questão da segurança é de defesa nacional
O problema da falta de segurança da sociedade brasileira deve ser tratado como questão de defesa nacional, conforme afirmou nesta quarta-feira (20) o senador Geraldo Melo (PSDB-RN). Para ele, em lugar da discussão sobre o desarmamento da sociedade, como quer a proposta de emenda à Constituição apresentada pelo senador Roberto Freire (PPS-PE), o mais importante é encontrar informações de como se organizam os grupos criminosos:
- Depois de 1945 até 1995, houve 168 importantes conflitos no planeta, dos quais apenas 32 foram entre Estados diferentes. A nossa política de defesa tem que estar voltada para aquilo que ameaça as instituições nacionais, venha de fora ou de dentro do Brasil - afirmou.
Com a ressalva de que falar em seu próprio nome e não como líder do PSDB, o senador disse que está na hora de se estabelecer a conexão entre o problema de insegurança em que o país está mergulhado e a questão da defesa das instituições do Estado brasileiro.
Nesse sentido, Melo considerou prioritário as autoridades responsáveis indagarem sobre quais as conexões entre grupos como o PCC e o Comando Vermelho e o que eles fazem com os carros que roubam, as jóias que tomam dos cidadãos nas ruas e as cargas que assaltam nas estradas. O que está faltando é informação como base de uma política de segurança, afirmou.
Por trás do aparecimento daqueles grupos, Geraldo Melo acredita que estão sendo criadas estruturas à margem e contra o Estado, ameaçando a própria soberania nacional. Para o senador, a proposta apresentada por Roberto Freire - de estatização das fábricas de armamentos - pode ser considerada "ousada, inteligente e bem-intencionada", mas, caso venha a ser aprovada, pode criar expectativas e frustração na sociedade.
- Pois a única coisa que vai se alterar é que a sociedade sabe que ela estará desarmada e os bandidos estarão armados - disse ele.
20/02/2002
Agência Senado
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