Pará tem 51% de rochas que podem formar jazidas de metais nobres na Amazônia Legal



De acordo com o estudo “Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal” divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado do Pará possui 51,9% das rochas ígneas da Amazônia Legal, seguido do Mato Grosso, com 14,2%. O Acre possui a menor extensão relativa deste tipo de rocha, menos de 0,01% do território do estado.

As rochas ígneas, que respondem por 15,1% da Amazônia Legal, são provenientes da consolidação do magma (massa rochosa do interior da terra em estado de fusão). Este tipo de rocha tem tendência à formação de jazidas de metais nobres, como ouro, e de minerais industriais, como cassiterita, e estão mais concentradas na Amazônia Central, uma faixa quase contínua que se estende do sudeste do Pará ao norte de Roraima e ao noroeste do Amazonas.

Além de metais preciosos, as rochas ígneas também apresentam potencial hídrico subterrâneo, com a ocorrência dos chamados aquíferos fraturados, que acumulam água em rachaduras nas rochas e representam uma reserva de 10.080 quilômetros cúbicos de água doce no Brasil, dos quais pelo menos 60%  devem estar na Amazônia Legal.

 

Metamórficas

A região da Amazônia Legal também possui alta incidência de rochas metamórficas (16,1%), resultado de alterações sofridas por outros tipos de rochas em decorrência de mudanças nas condições físicas ou químicas (mudanças na temperatura e pressão, por exemplo), e apresentam maior potencial mineral.

As rochas metamórficas apresentam potencial como fonte de ouro primário. São propícias também à formação de jazidas minerais de uso industrial, como ferro e manganês, e de sulfetos de cobre, chumbo e zinco. As rochas são ainda fontes de material para construção civil, como brita e rochas ornamentais. O Pará detém 37,3% da extensão desse tipo de rocha na região.

 

Carbono

A informação dos cinco indicadores reunidos no tema solo é valiosa para a compreensão de temas relevantes para Amazônia Legal, como desenvolvimento agrícola e preservação de áreas de risco.

No ecossistema terrestre, o solo é um compartimento chave no processo de redução da emissão de gases do efeito estufa, pois possui grande estoque de carbono. O solo retém, no primeiro metro de profundidade, cerca de duas vezes o estoque encontrado na atmosfera.

No Brasil, cerca de 75% das emissões de gás carbônico (CO2) são oriundas de mudanças no uso da terra, seja pela erosão e decomposição da matéria orgânica dos solos, seja pela conversão de florestas e outras formas de vegetação natural para o uso agropecuário. Daí a importância dos estoques de carbono para o balanço de gases de efeito estufa na atmosfera.

Em média, o solo da Amazônia Legal tem um estoque de carbono orgânico de 55,7 toneladas por hectare (t/ha), sendo que essa concentração não é uniforme e varia entre 0,1 e 208,7 (t/ha), com predomínio da classe de 40 a 60 t/ha. Ao considerar a profundidade de até um metro de solo, o valor médio do estoque de carbono aumenta para 95,7 t/ha, podendo chegar ao máximo de 250,5 t/ha.

A íntegra do estudo está disponível no site do IBGE.


Fonte:
IBGE



01/06/2011 17:23


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