Para Tião Viana, saída de Mares Guia não compromete votação da CPMF



O presidente interino do Senado, Tião Viana, chegou nesta sexta-feira (23) ao Congresso afirmando que a saída de Walfrido dos Mares Guia da Secretaria de Relações Institucionais não interferirá na votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a CPMF. De acordo com Tião Viana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um momento difícil no Senado porque a oposição é competente, mas ele entende que o governo também o é.

- A crise que envolveu Mares Guia foi um momento de instabilidade, mas foi prontamente respondida pelo governo com sua substituição pelo deputado José Múcio [PTB-PE], que era o líder do governo na Câmara e que é um homem da maior experiência política. Ele tem trânsito para dialogar com a oposição sobre os pontos de entendimento que fazem parte de uma agenda, discutida à luz do dia, envolvendo o assunto CPMF, a contribuição provisória sobre movimentação financeira.

No entender do presidente do Senado, o governo se encaminha para conseguir os votos necessários para a aprovação dessa matéria e todas as dificuldades hoje observadas fazem parte do jogo político e serão superadas no momento da votação, prevista para o dia 14 de dezembro.

- O governo enfrenta um ambiente difícil porque a oposição no Senado é muito competente e faz sua parte. Mas o governo também está sabendo fazer a sua parte e cabe agora a esse movimento governo-oposição a busca do resultado para ver quem será o vencedor.

Indagado sobre o poder de articulação do ministro Mares Guia, com o qual o governo não conta mais em sua garimpagem por votos, Tião Viana disse que o deputado José Múcio dispõe das mesmas qualidades do articulador que sai.

- Tenho certeza de que o deputado José Múcio tem absoluto preparo, é homem da maior maturidade política, um grande líder nacional e seguramente muito jeitoso no trato das questões que envolvem o interesse do governo numa relação com o Parlamento. Porque para ser um bom ministro de articulação institucional é preciso antes de qualquer coisa conhecer em detalhes a vida do Parlamento, e o deputado Jose Múcio a conhece muito bem.

- Mesmo sendo do PTB, o partido que desertou do bloco do governo, presidente? - indagou uma jornalista.

- No meu entendimento, esse foi um afastamento momentâneo, que reflete uma insatisfação do PTB no curso de uma crise interna com o bloco de apoio ao governo, mas que em nada se refletirá quando o assunto for relacionado a projetos do governo que estão tramitando no Senado. Ou seja, houve uma ruptura temporária do PTB com o bloco de apoio ao governo no Senado, mas não com o governo.

Na entrevista, Tião Viana também foi indagado sobre o governador de Minas, Aécio Neves, que celebrou a iniciativa do PSDB de não fechar questão contra a aprovação da CPMF no Senado. O presidente disse que isso é perfeitamente compreensível.

- Penso que o estado de necessidade em que vivem os governadores tucanos e do PMDB será fator decisivo para se promover um acordo entre oposição e governo, que permita a viabilização da CPMF. Penso que esse cenário é o mais provável do que vai acontecer nos próximos dias. A governadora Yeda Crusius também foi clara ao dizer que precisa desses recursos para a saúde, para os programas sociais do Rio Grande do Sul.

23/11/2007

Agência Senado


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