Para Zambiasi, falta de atenção às fronteiras aumenta violência e narcotráfico nas grandes cidades
O senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) disse, em discurso nesta quinta-feira (20), que problemas como a violência urbana e o narcotráfico, enfrentados nas periferias das grandes cidades, estão vinculados à ausência de políticas públicas específicas para as regiões de fronteira. Ao chamar a atenção para esse problema, o senador apelou ao governo federal para que dê atenção a essas regiões do país.
Zambiasi elogiou a decisão do governo federal de lançar, nesta quinta-feira, um plano nacional de combate ao crack, mas alertou que os objetivos de "combater, prevenir e tratar" a questão da droga não serão alcançados se não houver esforços para evitar a sua entrada "pelas imensas fronteiras terrestres brasileiras, de 17 mil quilômetros".
O senador repetiu dados do livro País Bandido, mencionados por ele em discurso de 2004, segundo os quais 70% da maconha e 60% da cocaína consumidas pelos brasileiros, além de mais de 55% das armas em mãos de traficantes no eixo Rio/São Paulo transitam pela tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina). A região, a seu ver, precisa de uma atuação mais agressiva do Estado. Já o crack, disse o senador, entra no país pelo Paraguai e pela Bolívia.
Zambiasi, que integra o Parlamento do Mercado Comum do Sul (Parlasul), afirmou que a integração da região ainda está longe de ser alcançada e ressaltou o quanto a miséria e a desigualdade ainda imperam em localidades como a região da tríplice fronteira.
- Ali, não se consegue alavancar a economia e transformar a realidade social e só crescem as ações criminosas e a economia informal, a pirataria e o comportamento aético - disse o senador.
Zambiasi ressaltou que há uma defasagem estrutural entre a capacidade dos governos locais e a ação do crime organizado. Os Estados têm dificuldade de coordenar iniciativas de forma integrada e capazes de coibirem ações criminosas, afirmou.
O parlamentar também pediu atenção do governo para o problema dos brasiguaios, mais de 400 mil brasileiros que vivem na região da fronteira com o Paraguai e estão sendo expulsos daquele país.20/05/2010
Agência Senado
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