Parlamentar chinês propõe cooperação com o Senado



O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembléia Popular Nacional da China, Li Zhaoxing, propôs nesta terça-feira (21) a adoção de um mecanismo permanente de intercâmbio com o Senado brasileiro, nos mesmos moldes de um memorando firmado em 2006 com a Câmara dos Deputados. A proposta foi apresentada durante reunião com integrantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

- O intercâmbio entre os dois Parlamentos tem um papel insubstituível no desenvolvimento integral das relações bilaterais - disse Zhaoxing, que visitou a comissão juntamente com uma comitiva que contou com a presença de três outros integrantes do Comitê Permanente da Assembléia Popular da China e do embaixador da China no Brasil, Chen Duqing.

O parlamentar chinês anunciou que será realizada em dezembro a primeira reunião entre deputados dos dois países, como prevê o memorando firmado há dois anos com a Câmara. Agora, disse ele, o momento é de aumentar as relações com o Senado.

Em sua exposição inicial aos integrantes da CRE, o presidente da comissão chinesa disse que esta era a sua sexta visita ao Brasil e que, apesar da distância entre Brasília e Pequim, os dois países têm muitas posições em comum - como a defesa de uma ordem internacional mais justa. Em sua opinião, a crise financeira internacional demanda um reforço no relacionamento Sul-Sul para que sejam salvaguardados os interesses dos países em desenvolvimento.

O presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que Brasil e a China experimentam atualmente a melhor fase das relações bilaterais. E concordou com seu colega chinês a respeito de um maior relacionamento do Senado com a Assembléia Popular da China.

- A proposta é positiva e temos de levá-la adiante. Se já tínhamos uma aproximação com a China, a crise internacional determina que essa aproximação se intensifique - afirmou Heráclito.

Crise financeira

O vice-presidente da CRE, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), agradeceu igualmente a iniciativa de aproximação com o Senado e cumprimentou os chineses pelo sucesso da organização dos Jogos Olímpicos de Pequim. Em seguida, pediu maiores informações a respeito do reflexo da crise internacional sobre a economia da China.

Zhaoxing disse que seu país observa com atenção a crise e que a economia chinesa cresceu 9,9% nos nove primeiros meses do ano. O maior problema de seu país, segundo informou, é a disparidade entre o campo e a cidade. Por isso, o governo de Pequim quer duplicar, até 2020, a renda dos camponeses.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) relatou a sua participação nos debates sobre meio ambiente com parlamentares do chamado G8 + 5, ou seja, os oito países mais ricos e os cinco principais países em desenvolvimento, entre os quais a China e o Brasil. Ela afirmou que os dois países terão um papel muito importante na definição das regras para conter o aquecimento global. O deputado Jin Mao concordou com ela e admitiu que seu país teve a tendência de negligenciar o meio ambiente no início do seu processo de modernização, a partir de 1978.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) narrou as duas visitas que fez à China, em 1976 e 2007, e disse ter especial interesse em saber como o governo chinês trabalha no sentido de erradicar a pobreza do país. Ele relatou ter sido informado, em Pequim, que seria possível garantir uma renda básica a cada cidadão chinês até 2020.



21/10/2008

Agência Senado


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