Parlamentares demonstram preocupação com aumento de dívida e taxa de juros
Já o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) admitiu temer que os juros altos, aliados à desvalorização cambial, provoquem um crescimento "radical" da dívida interna, passível de chegar a R$ 750 bilhões em setembro de 2002. Ao responder aos dois deputados, Fraga disse acreditar que, se o Brasil montar um regime macroeconômico baseado na responsabilidade e transparência fiscal, no câmbio flutuante e em um sistema financeiro sólido, sua economia terá condições de crescer e amortecer crises externas.
Quanto ao cenário futuro do comprometimento do PIB pela dívida interna, questionamento feito pelo deputado federal José Chaves (PMDB-PE), Armínio Fraga afirmou que essa relação tende a cair no longo prazo, considerando uma situação ideal para que isso ocorra o registro de uma taxa anual de crescimento de 3,5%, taxa de juros na faixa de 8% e o alongamento do prazo de pagamento da dívida.
Em resposta ao deputado federal Clementino Coelho (PPS-PE), que sugeriu a redução da meta de superávit primário para reforçar as inversões em infra-estrutura, o presidente do BC defendeu a necessidade de o governo preservar, nesse momento, a trajetória de crescimento do superávit primário, de forma a impedir aumento na taxa de juros.
Ao comentar a exposição de Fraga, a deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS) apontou duas razões para o fato de a dívida interna ter crescido o equivalente a 2% do PIB no primeiro semestre de 2001: a implantação de "políticas sustentáveis" pelo governo e o impacto de "choques" externos, como a crise na economia argentina e a depressão de algumas economias internacionais, como a norte-americana.
20/09/2001
Agência Senado
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