Parlamentares tentaram equipar municípios com mais mamógrafos



Antes do início da audiência pública sobre o câncer de mama no Brasil, promovida pela Subcomissão de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde, da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), a senadora Kátia Abreu (PFL-TO), uma das proponentes da reunião, lembrou que em 2004, quando deputada federal, lançou um movimento dentro do seu partido para que deputados e senadores destinassem parte das suas emendas à aquisição de mamógrafos para os municípios de sua preferência. Em 2005, parlamentares de outros partidos fizeram o mesmo. No ano passado, no entanto, a experiência não se repetiu, devido aos sucessivos contingenciamentos determinados pelo governo federal.

- Os deputados e senadores desanimaram. Eles argumentaram, com razão, que não adiantava colocar as emendas porque o Ministério da Saúde não as empenhava. Depois de muito esforço e sacrifício, ainda consegui a liberação de recursos para a compra de três mamógrafos para Tocantins. Hoje, apenas 9% dos municípios brasileiros possuem mamógrafos para atender à sua população - afirmou Kátia Abreu.

A outra signatária do requerimento que viabilizou a audiência pública, a senadora Rosalba Ciarlini (PFL-RN), registrou que, nas três vezes que foi prefeita de Mossoró (RN), constatou que o número de mamógrafos, apesar de ser suficiente para atender às mulheres do município, não atendia à toda a demanda. O problema, que é recorrente em todo o país, é que Mossoró, por ser a principal cidade da região oeste potiguar e a dotada de melhor infra-estrutura, terminava por atrair as pessoas das localidades próximas que precisavam realizar o exame.

A senadora Patrícia Saboya Gomes (PSB-CE), presidente da Comissão de Assuntos Sociais, confessou que muitas brasileiras, inclusive ela própria, apesar de reconhecerem a importância do auto-exame, não aprenderam ainda a fazê-lo. Ela também registrou o caso da funcionária que serve café nas reuniões da CAS. Com 43 anos e conhecida por Chica, ela passou várias noites na fila de postos de saúde do Distrito Federal e nunca conseguiu sequer fazer um exame de prevenção, quanto mais uma mamografia.

Por sua vez, o senador Augusto Botelho (PT-RR) sugeriu que seja estudada a possibilidade das equipes de agentes de saúde do governo federal adotarem o dispositivo descartável Breast Care, equipamento que tem por objetivo detectar anormalidades nas mamas, inclusive o câncer de mama. Já o presidente da subcomissão, senador Papaléo Paes (PSDB-AP), opinou que a audiência pública foi importante para alertar as autoridades de todos os níveis de governo, os investidores privados e os profissionais da saúde sobre a necessidade do câncer de mama ser tratado como prioridade.



28/03/2007

Agência Senado


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