Patriota diz que Brasil deve tratar conflitos na Síria e na Líbia de maneira diferente



As tensões na Líbia e na Síria devem ser tratadas de formas distintas pelo Brasil, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Para o chanceler, em ambos os países existe uma “escalada de violência”, mas a diferença é que o presidente da Síria, Bashar Al Assad, demonstra interesse no diálogo, diferentemente do governo do líbio, Muammar Khadafi.

“O que percebemos foi um aumento das ações de violência [envolvendo os conflitos entre os oposicionistas e as forças aliadas de Khadafi]”, disse o chanceler nesta quarta-feira (15), durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Na Síria, manifestantes enfrentam as forças de segurança de Assad em defesa da renúncia do presidente e de eleições imediatas. Para os que protestam contra o governo, Assad e sua equipe são alvos de suspeitas de irregularidades no uso do dinheiro público, atentados contra a liberdade e violação dos direitos humanos.

Patriota afirmou que a crise nos países muçulmanos preocupa a comunidade internacional. O ministro observou, porém, que existe uma tendência de negociação com o governo de Assad. “[O governo sírio demonstra] desejo de diálogo e de promover reformas eleitorais”, ressaltou.

Para o chanceler, a situação da Síria vai ser discutida em breve no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Alguns líderes mundiais defendem a adoção de mais medidas restritivas às autoridades sírias para pressionar o presidente a deixar o poder e promover eleições gerais, como querem os oposicionistas.

No caso da Líbia, onde desde março há uma área de exclusão aérea, Patriota afirmou que é visível o aumento da violência na região. Segundo ele, não há sinalização das autoridades líbias em buscar um acordo. O agravamento da crise no país levou à convocação de uma reunião extraordinária no Conselho de Segurança das Nações Unidas, disse Patriota.

Na Líbia, Khadafi resiste à pressão interna e externa e mantém-se há quase 42 anos no poder. O líder teve suas contas bancárias no exterior congeladas, perdeu um filho e três netos desde que os conflitos começaram, mas não dá indicações de que pretenda abrir mão do poder.

 

Fonte:
Agência Brasil



15/06/2011 16:45


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