Patriota: Oriente Médio precisa de paz e desenvolvimento



A solução para a instabilidade política no Norte da África e no Oriente Médio passa por uma combinação de "paz, segurança e desenvolvimento", disse nesta quarta-feira (26) o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, durante reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Segundo o ministro, a região ainda pode ser considerada "muito à margem" do processo de globalização, que tem levado prosperidade a outras áreas do planeta, como a Ásia. A renda per capita regional alcança, em média, apenas a metade da renda per capita da América Latina, observou. No mesmo dia em que o então presidente egípcio Hosni Mubarak caiu, recordou o ministro, o governo brasileiro havia organizado na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) um seminário sobre paz e desenvolvimento.

- Queremos criar uma zona de paz na América do Sul, mas com a consciência de que, sem desenvolvimento e criação de empregos, não conseguiremos construir isso. Existe uma fórmula simples que precisa ser implantada, que une paz, oportunidade de participação e liberdade de expressão. O Brasil acaba sendo um modelo interessante - afirmou.

Segundo o ministro, a instabilidade política que teve início na região após a primeira revolta, na Tunísia, "tomou o mundo de surpresa" pela rapidez dos acontecimentos. Em sua opinião, as revoltas desafiaram previsões anteriores, segundo as quais só poderiam haver na região regimes autocráticos ou representantes do fundamentalismo islâmico.

Ao comentar a crise da Líbia, o ministro observou que inicialmente as decisões a respeito do tema foram tomadas por consenso no Conselho de Segurança da ONU. Mas a questão tornou-se "mais complexa", a seu ver, quando se discutiu a criação da zona de exclusão aérea. Logo após o início dessa discussão, relatou, alguns membros permanentes do conselho propuseram medidas adicionais para a proteção de civis, que poderiam criar o que chamou de uma "janela perigosa, com riscos de provocar efeitos contrários". Por isso, recordou, cinco países decidiram abster-se.

Lembrando a expansão da crise para novos países da região, Patriota pediu um novo tratamento a imigrantes que buscam refúgio em países como Itália e França. Em situações como essa, recomendou, seria importante tratar os movimentos migratórios com "humanidade e espírito de tolerância".

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



27/04/2011

Agência Senado


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