PATROCÍNIO DEFENDE UTILIZAÇÃO DE FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA



Ao manifestar sua preocupação com a exaustão dos recursos naturais do planeta, e com o espírito imediatista que caracteriza a humanidade, o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) voltou a defender o uso de fontes alternativas de energia. Ele registrou que projeto de sua autoria, já aprovado no Senado e atualmente em tramitação na Comissão de Minas e Energia da Câmara, acrescenta na política energética nacional a energia solar e a energia de fontes alternativas (como gás natural, álcool, carvão e termonuclear). Com a lei, ele pretende que o governo federal desenvolva projetos que utilizem essas fontes de energia.
- O objetivo da proposição é promover a redução do consumo de energia elétrica, e a substituição do chuveiro elétrico, que tanto sobrecarrega o sistema de fornecimento de energia em nosso país, pela energia solar - explicou.
Carlos Patrocínio esclareceu que apesar de a utilização da energia solar para o aquecimento de água representar uma economia de aproximadamente 80%, ela ainda não é muito comum em razão do custo mais elevado de instalação e dos equipamentos especiais que exige. Ele observou, no entanto, que os equipamentos têm durabilidade média de 35 anos e a economia proporcionada pela redução do consumo de eletricidade justifica o investimento.
Além disso, frisou Patrocínio, a tecnologia nesta área tende a ficar mais barata. Ele citou notícia divulgada pelo Jornal do Brasil, em dezembro, sobre o desenvolvimento, pelo engenheiro eletrônico paulista Augustin Woelz, de um aquecedor solar de tecnologia simples e instalação barata. Ele informou que o sistema, que deverá beneficiar 100 milhões de brasileiros e é destinado às habitações populares urbanas e rurais, pode ser instalado ao custo de R$ 100,00.
Em aparte, o senador Ademir Andrade (PSB-PA) criticou o governo por investir anualmente R$ 680 milhões em propaganda e não divulgar a energia solar como fonte alternativa, principalmente para a região Norte. Ele disse que uma das maiores causas do êxodo rural é a falta do conforto que representam a televisão, a música, a luz, uma bomba de captação de água, equipamentos que precisam de energia para funcionar.
O senador Geraldo Lessa (PSDB-AL) citou programa financiado pelo Banco do Nordeste, em execução em três estados nordestinos, que tem como objetivo levar energia solar para comunidades onde a implantação de energia elétrica é inviável pelo alto custo. Ele disse que ao custo de R$ 860 pode-se implantar um sistema onde é possível instalar três pontos para lâmpadas, uma antena parabólica e duas tomadas.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse que faltou ao governo federal ousadia política para investir em outras fontes alternativas de energia. Por outro lado, ela posicionou-se contra a privatização das hidrelétricas. Já o senador Edison Lobão (PFL-MA) pediu apoio para projeto de sua autoria que propõe novas fontes de energia alternativa, além de estipular a criação de um instituto para cuidar destas novas fontes e suas formas de financiamento.

01/02/2000

Agência Senado


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