PATROCÍNIO DESTACA NEGOCIAÇÃO DO ÁLCOOL ANIDRO NA BM&F



O álcool-anidro carburante será negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros, destacou nesta quinta-feira (dia 26) o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO). Ele acredita que a medida fortalecerá o setor alcooleiro, ajudando a diminuir a dependência do país em relação ao petróleo.

- O Brasil não pode viver na dependência eterna dos humores dos donos do petróleo. Basta vermos o que pode acontecer agora, com os conflitos no Oriente Médio - disse.

A possibilidade de que produtores, distribuidoras de combustíveis e investidores em geral possam negociar contratos futuros de lotes de álcool anidro carburante, na BM&F;, tem o efeito de aumentar a liquidez do setor, avalia o senador. Além disso, favoreceria a formação estável de preços, aumentando o crédito e diminuindo a necessidade de subsídios públicos ao setor. "A cadeia produtiva do álcool, por sua vez, gera 1,4 milhão de empregos", afirmou, destacando a importância do setor para a economia do país.

Patrocínio disse que por enquanto é necessária a concessão de benefícios aos produtores de álcool. Segundo ele, esta seria uma forma de equilibrar a balança comercial prejudicada pela alta do preço do petróleo. "Isso acarreta o não cumprimento dos nossos compromissos com o FMI e de outros compromissos relacionados ao déficit fiscal brasileiro. São coisas que poderíamos ter evitado, exportando álcool anidro e utilizando-o como combustível", disse.

O senador Tião Viana (PT-AC) destacou a importância da discussão de alternativas energéticas para o desenvolvimento do país. O senador Júlio Eduardo (PV-AC) também se solidarizou com Patrocínio e destacou que o álcool é menos poluente e diminui a emissão de gás carbônico. Para o senador Geraldo Melo (PSDB-RN), o país, por preconceito contra os produtores, vem desperdiçando oportunidades de se tornar auto-suficiente do ponto de vista energético.

- O Brasil já teve uma possibilidade e a demonstrou na vida prática, quando implantou o Proálcool; quando permitiu que se desenvolvesse uma tecnologia de motores usando o álcool como combustível único; quando permitiu, enfim, que se utilizasse um combustível alternativo, limpo, renovável, como é o álcool carburante. No entanto, estamos vulneráveis a essas circunstâncias e poderíamos não estar - lamentou.

Também em aparte, o senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) destacou que o Brasil está finalizando a resolução dos problemas técnicos que impediam que o álcool se tornasse o combustível alternativo. Ele se referia à criação de um aditivo - o AIP-102 -, extraído do sumo da soja, que já poderá ser produzido em escala industrial e deverá resolver os problemas ambientais da utilização do produto.

26/10/2000

Agência Senado


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