PATROCÍNIO FAZ APELO CONTRA DESCRIMINAÇÃO DA MACONHA
Apoiado em documento da Organização Mundial da Saúde (OMS) intitulado "Cannabis: uma perspectiva de saúde e agenda de pesquisa", o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) alertou hoje (dia 8) para "o grande risco que a descriminação da maconha pode trazer a uma população desinformada como a nossa".
Segundo Patrocínio, projeto originário da Câmara logo deverá iniciar sua tramitação no Senado e os senadores devem fazer uma análise acurada dos riscos decorrentes da liberação de "uma substância prejudicial ao ser humano como indivíduo e como membro da sociedade" ou do apoio à legalização de seu cultivo e manipulação.
Para o senador, a divulgação do documento da OMS foi precária, motivando informações contraditórias. A seu ver, o relatório "desmistifica a maconha", absolvendo-a das acusações de conduzir à violência e à incapacidade para o estudo e o trabalho, mas responsabiliza-a por inúmeros efeitos negativos, como o de dificultar a execução de tarefas simples, como datilografar, e mais complexas, como dirigir um automóvel.
Os pesquisadores da OMS comprovaram também que o uso freqüente e prolongado da maconha "prejudica as funções cognitivas, reduzindo a memória, a produtividade e a capacidade de aprender; desmotiva o indivíduo, abala sua auto-estima, levando-o à depressão e à dependência", afirmou o senador.
Outros efeitos negativos, acrescentou o senador, estariam em sérias lesões no aparelho respiratório, sendo que o documento da OMS "não apresenta conclusões definitivas quanto à maconha como causadora de câncer". Do ponto de vista do aparelho reprodutivo, Carlos Patrocínio explicou que a cannabis pode alterar o ciclo menstrual e reduzir a produção de hormônios sexuais femininos. No entanto, destacou, conforme o relatório da OMS, "a suspeita de redução do número de espermatozóides foi definitivamente desmentida, assim como a redução do hormônio testosterona".
O uso da maconha durante a gestação reduz, comprovadamente, o peso dos recém-nascidos, além de torná-los crianças suscetíveis a tipos raros de câncer, como "a leucemia não-linfoblástica, que contamina o sangue, e o rabdomiosarcoma, que ataca os tecidos nervosos", alertou o senador.
08/05/1998
Agência Senado
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