Paulo Bernardo continua otimista sobre desempenho da economia brasileira



Em audiência pública na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), nesta terça-feira (29), o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, descartou qualquer possibilidade de impacto negativo da atual crise de liquidez do setor imobiliário norte-americano sobre o desempenho econômico do Brasil. A audiência foi convocada para debater o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2009.

Na opinião de Paulo Bernardo, não há razões para se considerarem exageradamente otimistas os parâmetros econômicos adotados pelo governo federal para elaborar a LDO para 2009. A existência de avaliações, ainda que informais, de crescimento da economia norte-americana no primeiro trimestre deste ano seria uma das razões do posicionamento do ministro. Para justificar seu ponto de vista, ele mencionou também depoimentos de banqueiros japoneses e europeus, que teriam reafirmado sua disposição em manter os investimentos planejados para o país nos próximos anos.

- Continuamos otimistas, sim. É bom lembrar que, no ano passado, quando viemos para cá discutir a LDO, também fomos acusados, entre aspas, de otimistas e acabamos tendo um crescimento de 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB), maior que o previsto, de 4,5%- lembrou.

Respondendo a questionamento do senador Delcídio Amaral (PT-MS), Paulo Bernardo considerou improvável que o Brasil deixe de alcançar significativo grau de investimento nos próximos anos em razão da crise financeira internacional. Para ele, o fato de o país estar recebendo elevados volumes de investimentos diretos externos - mais de US$ 34 bilhões em 2007 - indicaria que já vem sendo tratado por setores do mercado como investiment grade.

- As agências de classificação precisam dar uma resposta sobre o que aconteceu neste mercado sub prime (de compradores de crédito "B", que não têm bons empregos e nem bom histórico de pagadores). Enquanto não temos grau de investimento, instituições avaliadas como investiment grade A levaram a breca e deram prejuízos de mais de US$ 10 bilhões - disse.

Em resposta ao deputado Marcos Monte (DEM-MG), o ministro do Planejamento rechaçou ainda a tese defendida por representantes da Organização da Nações Unidas (ONU) de que a ampliação da produção de biocombustíveis se daria mediante a redução das áreas para cultivo de alimentos.



29/04/2008

Agência Senado


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