Henrique Meirelles traça cenário otimista para economia brasileira



Em audiência pública na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), realizada nesta quarta-feira (26), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, traçou um cenário otimista para a evolução da economia brasileira no período de prevalência da crise financeira internacional nos mercados mundiais.

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Ao apresentar aos parlamentares uma avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial executadas pelo Banco Central, em atendimento a disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal, Meirelles apontou a redução da dívida líquida do setor público brasileiro em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), ocorrida nos últimos anos - passando de 56% em 2002 para 36,6% do PIB em outubro deste ano - como um dos principais indicadores do vigor da economia brasileira.

- Em novembro, a estimativa é de que [a dívida do setor público] atinja 35,7% do PIB. É o menor número desde julho de 98. Isso significa algo da maior importância porque no passado a dívida pública, em momento de crise, era uma fonte de vulnerabilidade. Quando tínhamos uma crise como essa o Tesouro Nacional ficava mais vulnerável e piorava o problema da confiança. Agora é o contrário, pois a crise reforça o perfil da divida pública brasileira e o governo pode agir com mais força, passando a ser parte da solução da crise, e não parte do problema - disse.

Justificando sua análise, Meirelles citou dados, conservadores em sua opinião, do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevêem para o Brasil um crescimento da ordem de 3% em 2009, superior ao calculado para vários países industrializados, tais como Estados Unidos, Reino Unido, Japão e países da área do euro.

Outros indicadores mencionados que atestariam a condição relativamente confortável da economia brasileira, na avaliação de Meirelles, foram: a persistência do crescimento das vendas no varejo e da produção industrial, e a queda da taxa de desemprego e o crescimento da massa salarial verificados nos últimos anos.

Crise nos EUA

Tratando especificamente da crise financeira norte-americana, Meirelles disse acreditar que poderá ter uma menor duração do que, por exemplo, a crise econômica japonesa dos anos 90. Um dos dados que apontariam nessa direção, em sua opinião, seria a ocorrência de uma queda mais acentuada, este ano, nos preços de residências nos Estados Unidos em comparação com o Japão durante a crise na década de 90.

Outro fator positivo na atual conjuntura, citado pelo presidente do Banco Central, seria o elevado percentual de recapitalização de bancos já realizado pelos governos de países afetados pela crise. Segundo ele, o volume de recursos já colocados para a recapitalização do sistema bancário é de US$ 600 bilhões, num total de perdas de cerca de US$ 1 trilhão.

Laércio Franzon / Agência Senado



26/11/2008

Agência Senado


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