Paulo Duque quer um carioca no Palácio do Planalto
O senador Paulo Duque (PMDB-RJ) lamentou nesta sexta-feira (12) o fato de o país ainda não ter escolhido como presidente um político do estado do Rio de Janeiro. Para o senador, a importância histórica daquela que foi a capital da República até a década de 60 do século 20 justificaria uma participação mais significativa de políticos fluminenses na vida política nacional.
- A história do Brasil foi escrita quase toda no Rio de Janeiro. De lá, a capital veio pra cá [Brasília], o que foi uma epopeia. Mas o Rio de Janeiro continua sem nunca ter feito um presidente - disse o senador.
A capital da República foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília - a "cidade maravilhosa 2", nas palavras de Paulo Duque - em 1960. Antes do Rio, Salvador fora a capital do Brasil colonial até 1763.
Nesse ínterim, o Rio de Janeiro foi palco de grande parte dos acontecimentos que marcaram a história política do país, como a abolição da escravatura (ainda durante o Império), a própria proclamação da República, a revolta do Forte de Copacabana e dos Marinheiros, a Revolução de 30, os governos, a deposição e o suicídio de Getúlio Vargas.
Paulo Duque listou todos os políticos que vestiram a faixa presidencial desde a proclamação da República, citando seus respectivos estados de origem. Ele chamou a atenção para a prevalência dos políticos dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os quais homenageou. Também observou que os estados do Nordeste são provedores de alguns dos grandes nomes da política nacional.
Em relação ao Rio de Janeiro, Paulo Duque falou de Nilo Peçanha, que assumiu a presidência após o falecimento de Afonso Pena, em 1909, e governou até 1910. Também citou o último presidente da República Velha, Washington Luiz, nascido em Macaé (RJ), mas radicado em São Paulo.
O senador não mencionou João Batista Figueiredo, último presidente do regime militar, nascido no Rio de Janeiro. Também não fez referência a Fernando Henrique Cardoso, que nasceu no Rio de Janeiro, mas construiu toda sua carreira acadêmica e política em São Paulo.
Em aparte, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse que o país poderia ter no futuro um presidente do Rio se o PMDB indicasse candidato próprio para as eleições de 2010.
- Bastaria que o PMDB criasse vergonha. O candidato poderia ser o Sérgio Cabral, por exemplo - disse.
Já o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), representante de um estado que também nunca elegeu um presidente da República, atribuiu a liderança de estados como São Paulo e Minas Gerais na lista dos presidentes à grande concentração de eleitores nessas unidades da federação.
12/03/2010
Agência Senado
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