Paulo Duque relembra discurso de Afonso Arinos e suicídio de Getúlio Vargas



O senador Paulo Duque (PMDB-RJ) sugeriu o envio, pelo Senado, de moção de congratulações ao jornalista Villas-Boas Corrêa, por ter, em recente artigo, classificado como "o maior discurso político já feito no Brasil" o pronunciamento do então líder da oposição, Afonso Arinos, feito em 23 de agosto de 1954. Na ocasião, Arinos pedia a renúncia do presidente Getúlio Vargas, envolto em escândalos que o impediam de governar.

- A atitude de Afonso Arinos teve como conseqüência o suicídio de Getúlio, preocupado em manter a sua honra. Ele compreendeu que a honra está acima da presidência, por ser o valor maior da vida de qualquer pessoa, e preferiu 'sair da vida para entrar na história'. O suicídio de Getúlio foi a maior tragédia política que já aconteceu no Brasil, mas deixou essa lição ímpar - disse.

Paulo Duque lembrou que Afonso Arinos, em discurso magistral pronunciado no Congresso Nacional, afirmou que o Brasil estava atravessando uma crise institucional, mas não das instituições, uma vez que a Constituição não estava em risco e possuía "remédios" para sanar a crise. Ele sugeriu a renúncia de Getúlio, como forma de estancar a crise, e foi o que aconteceu, destacou.

Paulo Duque pediu que o discurso de Afonso Arinos os pronunciamentos de Gustavo Capanema e Rui Ramos feitos no Palácio Tiradentes em 24 de agosto ficassem registrados nos anais do Senado e publicados pela Gráfica do Senado, para serem lembrados pelas gerações futuras que tenham interesse em aprender sobre a política brasileira.

O senador pelo Rio de Janeiro rememorou os acontecimentos que precipitaram a crise institucional, quando o deputado Carlos Lacerda sofreu um atentado quando chegava à sua casa, acompanhado do major da Aeronáutica, Rubem Vaz, que foi assassinado. A procura dos responsáveis apontou para o próprio Palácio do Catete e o presidente Getúlio Vargas acabou responsabilizado, disse.

Ao terminar seu discurso, Paulo Duque afirmou que "a história do Brasil foi toda escrita na cidade do Rio de Janeiro, isso não se discute. Tudo que nos enobrece, orgulha e até nos envergonha se passou lá".

05/02/2010

Agência Senado


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