Paulo Duque lembra últimos momentos da vida de Getúlio Vargas



Fim da noite de 23 de agosto de 1954. O presidente Getúlio Vargas reúne-se com todo o seu ministério e pede sugestões para aplacar a grave crise que atinge seu governo. Como não houve consenso, Getúlio encerrou a reunião e recolheu-se aos seus aposentos no Palácio do Catete. Madrugada do dia seguinte, 24 de agosto: um tiro seco é ouvido pelos que ainda estão no Palácio. Getúlio está morto. O senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que era estudante naquela época, relembrou os últimos momentos da vida do ex-presidente.

- Os ataques contra seu governo vinham aumentando desde o atentado contra Carlos Lacerda. Getúlio explicou a situação dramática para o seu ministério e pediu sugestões. Um deles, se não me engano, Tancredo Neves, foi o único que sugeriu pela resistência. MasGetúlio, com seu temperamento, jamais iria sacrificar a vida dos seus amigos, dos seus ministros e jamais jogaria o país em uma guerra civil - afirmou Paulo Duque.

O senador pelo Rio de Janeiro lembrou ainda que desde o atentado ocorrido na rua Toneleiros, quando o líder oposicionista Carlos Lacerda foi baleado, fato que gerou um escândalo internacional, a imprensa da época não parou mais de falar no assunto. A crise foi crescendo. Foi Juscelino Kubitschek, segundo Paulo Duque, o único governador a se aproximar de um Getúlio cada vez mais execrado.

JK viajou de Belo Horizonte até o Rio de Janeiro e convidou Getúlio a participar do lançamento da pedra fundamental de uma usina siderúrgica da Mannesman, em Minas Gerais. Segundo Paulo Duque, foi nesse dia 12 de agosto, no terreno da futura fábrica, que Getúlio pronunciou seu último discurso em público.

- Getúlio estava cada vez mais acuado dentro do Palácio, sofrendo. Olha a coragem que Juscelino Kubitschek teve na época ao convidar Getúlio para aquele ato. Todos estavam contra Getúlio, queriam distância - lembrou Paulo Duque.



29/08/2007

Agência Senado


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