Paulo Elifas diz que Rondônia é exemplo de colonização



Eram apenas 70 mil pessoas na década de 60. Hoje, são mais de 1,5 milhão de habitantes. Em Rondônia, afirmou o senador Paulo Elifas (PMDB-RO), registrou-se ao longo das últimas décadas um exemplo a ser seguido pelo Brasil. Ao longo de quatro décadas, segundo ele, o estado foi ocupado produtivamente pela policultura, de menor porte, o que propiciou também uma melhor distribuição fundiária. Tanto é que, hoje, quase 90% dos estabelecimentos rurais se enquadram na categoria da pequena produção familiar até cem hectares.

- Rondônia é a prova de que é possível realizar uma reforma agrária sem os ranços ideológicos que politizam a discussão da distribuição fundiária, nos limites de inviabilizá-la. Só por isto Rondônia é um estado referencial para um planejamento em escala nacional, principalmente da Amazônia Legal - disse o senador.

Ao traçar um histórico da ocupação territorial por que passou seu estado, Paulo Elifas atribuiu ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) o título de "grande arquiteto", de "paisagista da rede de cidades de Rondônia":

- Foram os seus projetos de colonização e de assentamento dirigido os moldes para o desenvolvimento urbano e social do estado. A colonização de Rondônia se fez na sua grande maioria por pequenos produtores rurais com características familiares, diferentemente da Amazônia Oriental, onde as terras foram ocupadas por grandes empreendimentos empresariais, normalmente para a criação extensiva de gado.

Segundo o senador Paulo Elifas, Rondônia, que abriga brasileiros oriundos dos quatro cantos do país, está pronto para "responder às necessidades da nação", mas para isso precisa de atenção do governo federal, em especial para a recuperação do que ele classifica de "espinha dorsal" do estado, a rodovia BR-364.

- Marco inicial da ocupação do estado, é necessário que Rondônia tenha na BR-364 sua espinha dorsal, não um "cordão sem ponta, cheios de nós", [ uma rodovia] esburacada e destruída. É necessário que seja recuperada, refeita nos trechos destruídos pelo transporte pesado de madeira, soja, café e boiadas. Que seja novamente via que transporta o progresso dos brasileiros de Rondônia.

Ele informou que, hoje, os agricultores do estado convivem com a má conservação da rodovia federal e também da maioria das estradas estaduais e vicinais, que prejudica o escoamento da produção e isola as famílias, privando-as até mesmo do atendimento médico para emergências.

- Quantas de suas esposas tiveram que dar à luz em casa, à luz de velas, convivendo com a impossibilidade de transporte - concluiu Paulo Elifas, que é médico e mudou-se, na década de 70, do Paraná, onde nasceu, para a cidade rondoniense de Cacoal.



22/04/2004

Agência Senado


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