Paulo Octávio comemora data em que Brasília foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco



O senador Paulo Octávio (PFL-DF) foi à tribuna nesta segunda-feira (6) para comemorar a data em que Brasília foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural da Humanidade. O parlamentar ressaltou que Brasília é a única cidade contemporânea com este título, concedido a outras municipalidades como Roma, Veneza e Ouro Preto.

O senador homenageou o ex-governador José Aparecido de Oliveira, autor do pedido à Unesco, atendido em 1987. Citou o então diretor da entidade, Federico Mayar, que ressaltou, na ocasião, que a inclusão de Brasília consagrava "o valor excepcional e universal" da cidade.

Paulo Octávio homenageou "o gênio urbanístico e arquitetônico" de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, seguidores da escola do urbanista francês Le Corbusier.

- Esta escola de urbanismo que se consolidou em Brasília criou esta cidade aberta, transparente, monumental e bucólica - afirmou, destacando o conceito de pilotis, "que permite às crianças brincarem embaixo do bloco (como são chamados os prédios do Plano Piloto), com a bela visão de generosidade de espaços, jardins e convívio com a natureza".

Esse conceito, acrescentou Paulo Octávio, faz com que crianças transferidas de Brasília tenham dificuldade para se adaptarem a outras cidades.

O senador destacou algumas falhas na implantação do Plano Piloto. A primeira delas foi a não construção das escolas-parques, projeto do educador Anísio Teixeira. Essas escolas, assinalou Paulo Octávio, seriam um complemento, à tarde, da educação matinal das escolas-classes, com atividades de lazer, cultura, teatro, cinema, artes e cidadania.

Outra falha apontada foi a não construção dos clubes de vizinhança, que serviriam cada um a um conjunto de quatro quadras. A construção desses clubes foi defendida pela filha de Lúcio Costa, Maria Elisa Costa. Outro ponto criticado pelo senador foi a poluição visual da cidade. Ressaltou ter dado sua contribuição como empresário, retirando, do topo dos prédios dos hotéis Kubitschek e Manhattan Flat, os letreiros com o nome de sua empresa.

Por fim, o senador elogiou ainda o governador Joaquim Roriz, "morador desta região mesmo antes de sua construção", que, em sua opinião, "tem se mostrado à altura" da preservação da cidade. Também destacou o papel do governador na melhoria de vida da população do Distrito Federal:

- O que o governador Roriz tem feito é procurado estender os benefícios dos serviços públicos do Plano Piloto a todas as cidades do DF, como água, saneamento, energia, educação, saúde, segurança e habitação, garantindo qualidade de vida a todo o DF e não somente ao Plano Piloto - afirmou.

O senador ainda convidou seus pares a visitar a exposição O Olhar Modernista de JK", nesta terça-feira (7), no Palácio do Itamaraty. A exposição, ressaltou, é "uma bela homenagem a Juscelino Kubitschek e à arte moderna brasileira".



06/12/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Rollemberg defende manutenção de Brasília como patrimônio cultural da humanidade

Rio de Janeiro será avaliado pela Unesco como Paisagem Cultural da Humanidade

Unesco reconhece documentos sobre ditadura militar como patrimônio da humanidade

Arquivos da ditadura militar são considerados patrimônio da Humanidade pela Unesco

Marco Maciel destaca os 25 anos de Olinda como Patrimônio Cultural da Humanidade

Marco Maciel destaca os 25 anos de Olinda como Patrimônio Cultural da Humanidade