Pedro Parente diz que governo estará preparado em caso de apagão



O sucesso do plano de racionamento de energia e uma quantidade de chuvas de acordo com a média histórica serão suficientes para praticamente livrar o país do apagão, informou o ministro chefe do Gabinete Civil e presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia, Pedro Parente, em audiência pública realizada nesta terça-feira (dia 5) pelas comissões de Infra Estrutura do Senado e pela de Energia do Congresso. No entanto, o ministro disse que o governo está se preparando para evitar os transtornos provocados por uma falta generalizada de eletricidade.

De acordo com Parente, dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), indicam que pelo menos 75% das chuvas registradas nos últimos 70 anos nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, e 56%, no Nordeste devem ser suficientes para afastar a possibilidade de colapso do sistema. Dados preliminares apontam 83% da média histórica de chuvas, no Sudeste e no Centro-Oeste, e 64%, no Nordeste.

De acordo com o diretor do ONS, Mário Santos, a Câmara de Gestão deverá aprovar o início do plano de racionamento de 20% para a Região Norte, a partir de 15 de julho. A Região Sul, onde já há uma economia voluntária desde o início da crise de 7%, estará livre do racionamento, já que não há condições técnicas de transmitir o excedente de energia para as outras regiões do país.

Na audiência pública desta terça-feira (dia 5), Pedro Parente foi questionado pelos parlamentares sobre as conseqüências da crise para economia. Ele disse que o governo vai apresentar no fim do mês um relatório com o impacto do racionamento na inflação, nos níveis de emprego e nas exportações. Se o resultado desta avaliação for negativo, o governo, prometeu o ministro, adotará medidas compensatórias.

Outro questão levantada foi sobre quando o governo tomou conhecimento do problema. O deputado Fernando Ferro (PT-PE) apresentou relatório do qual constava o nome do ministro, datado de setembro de 2000, e que alertava para a situação crítica dos reservatórios das usinas. Parente negou que tenha assinado o relatório do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Também questionado pelos parlamentares, o ministro de Minas e Energia, José Jorge, disse que somente no dia 26 de abril o Operador Nacional do Sistemas divulgou que seria necessário um racionamento de 15% no consumo de energia.

As causas da crise e o porquê da falta de investimentos no setor elétrico também foram assuntos constantes na audiência. Parente disse que não há uma única causa para o problema, mas rechaçou a tese de que o plano de estabilização monetária, adotado pelo governo a partir de 1994, o programa de privatizações e a adoção de um modelo energético baseado na hidroeletricidade possam ser apontados como culpados pelo problema. "O presidente nomeou uma comissão para avaliar a questão", afirmou.

05/06/2001

Agência Senado


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