Pedro Simon critica ação dos Estados Unidos no Paquistão
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou em Plenário, nesta quinta-feira (12), a ação do grupo de elite da Marinha dos Estados Unidos que matou, no Paquistão, o terrorista saudita Osama Bin Laden, líder da rede Al Qaeda. Na avaliação de Pedro Simon, a operação no Paquistão, cujo governo não teria sido informado, e a decisão de matar Bin Laden, em vez de não prendê-lo para submetê-lo a julgamento, foram uma demonstração de desrespeito à democracia e aos direitos individuais, inconcebíveis no mundo atual.
- Eu não estou aqui dizendo uma palavra que possa levar a alguém que me assiste a crer que estou pensando nos direitos do senhor Osama Bin Laden. Estou pensando no que é um Estado democrático, no que são os direitos humanos, no que é uma democracia - disse Simon, lembrando que nem os nazistas, no final da Segunda Guerra Mundial, perderam o direito a um julgamento adequado por parte dos vencedores.
Simon criticou também o fato de os americanos terem utilizado tortura de presos na base de Guantánamo, em Cuba, para ajudar a descobrir a localização de Bin Laden.
- Ao contrário de [George] Bush, que disse que torturava para buscar terrorista, [o presidente Barack] Obama disse que não admitia, quando candidato [a governar os Estados Unidos] - afirmou.
Simon considerou a ação escolhida pelos americanos como ultrapassada, própria da época em que o mundo era divido em dois pólos antagônicos, um capitalista e outro comunista, durante a Guerra Fria, entre os Estados Unidos e seus aliados, e a União Soviética e seus aliados.
- Agora não há mais bipolaridade. A Rússia tem arma atômica, mas Israel também tem; o Paquistão também tem; a Índia também tem; a China também tem - observou Simon.
Ressaltando o surgimento de um mundo novo, no qual várias nações usufruem de uma parcela do poder mundial, Simon considerou o momento atual como adequado a se estabelecerem novos padrões de relacionamento entre os países.
- Os Estados Unidos têm toda a força, mas não podem tudo. Veja aí, que na economia todo o poderio americano está em vésperas de ser ultrapassado pela China - afirmou.
Ao final de seu pronunciamento, Simon defendeu a necessidade de mudanças no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
- Vamos mudar o Conselho de Segurança para não ficar ali apenas a Inglaterra e a França, praticamente sem vontade pessoal, sem um voto pessoal, vamos botar outras nações, a América do Sul e a África têm de estar representadas.
12/05/2011
Agência Senado
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