Pedro Simon destaca papel da Rede Vida na formação do cidadão
A Rede Vida de Televisão, canal católico pertencente à organização Monteiro de Barros, tem papel importante na formação do caráter do público espectador, ao dar ênfase em valores e no apelo consumista. Esta é a opinião do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Católico, o senador, que costuma declarar-se franciscano, discursou nesta segunda-feira (21), durante homenagem pelo aniversário de 15 anos da Rede Vida.
- Diria que a Rede Vida não é apenas uma rede de televisão da família, nem tampouco da Igreja Católica, nem somente da família: é uma rede da família, da escola e da igreja, para formação do ser verdadeiramente humano, do seu caráter, da sua personalidade, de sua dignidade, querendo ocupar seu lugar na sociedade, de luta, que ele vai conquistar - avaliou.
Para ele, a televisão assumiu um papel preponderante na vida social e se tornou substitutivo do "tripé" que antigamente ocupava papel central na formação do caráter da pessoa: família, escola e a igreja. Simon citou como exemplo um retiro espiritual de jovens no Ginásio Nilson Nelson em Brasília, que ele acompanhou durante o carnaval, e que não teria merecido nenhuma nota nos jornais.
Simon questionou se a atual interatividade proporcionada pelas informações em tempo real e pela globalização não estariam fazendo com que o ser humano, ao fazer uso do controle remoto para acessar notícias e programas na televisão, não estaria, apesar de todo aparato tecnológico, justamente perdendo sua autonomia, induzido pela propaganda. "Cada vez mais esse processo tem trazido dúvidas e interrogações. A televisão de uma maneira geral transformou-se em mero instrumento de mercado nem sempre regido por sentimentos de pudor", afirmou.
Simon lembrou ainda que, recentemente, um novelista de renome em audiência em uma comissão no Senado revelou distorcer o caráter dos personagens de suas novelas para atender ao gosto do público. Em resposta a uma pergunta de Simon, o novelista teria dito que pesquisas qualitativas indicavam a preferência do público por personagens que representam a "cretinice", a imoralidade e a incorreção em detrimento de representantes da dignidade e da serenidade. Para Simon, a televisão tem papel bem mais ativo que passivo nesse processo.
Ao criticar o estímulo das televisão ao consumo exacerbado e sem critério, Simon elogiou o papel desempenhado pela Rede Vida.
- A programação da Rede Vida não se preocupa em transportar o mundo para dentro da nossa casa, frio, calculista e aliciador, mas nos faz partícipes da notícia, através da reflexão, do debate e da contextualização. Que esse modo de ser da Rede Vida contamine as outras emissoras para que elas não se preocupem tão somente com o 'ter' e sim com o 'ser' - sugeriu.
21/06/2010
Agência Senado
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