Simon destaca competência e capacidade de formação de quadros de ACM



Em discurso emocionado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) destacou o que eram, para ele, as duas principais características do senador Antonio Carlos Magalhães, falecido no mês de julho passado: a competência político-administrativa e a capacidade de formação de novos quadros.

Simon lembrou ter estado do lado oposto a ACM durante toda a vida, mas disse ser impossível desconhecer suas qualidades. Ressaltou que Antonio Carlos vai fazer falta em todos os sentidos, até mesmo para os que não gostavam dele.

- Não há como deixar de reconhecer: a figura de Antonio Carlos é uma figura que, na história do Parlamento e do país, tem de ser analisada como a história dos grandes homens que o país teve e que, compreensivelmente, tinha adversários e oposição. Lutava, e lutar era seu estilo, por aquilo que achava certo. Reconheço nela a figura de um político sui generis na História do Brasil. Desconhecer suas qualidades é praticamente impossível - afirmou o representante gaúcho.

Simon afirmou que Antonio Carlos dizia que poderiam acusá-lo de tudo na Bahia, menos de ter tido um governo de gente incapaz e de gente incompetente. Para o parlamentar pelo Rio Grande do Sul, esta é uma das coisas mais importantes que se pode dizer de um homem público.

O ex-governador gaúcho afirmou que, com a morte de Antonio Carlos Magalhães, encerra-se uma fase.

- Pode-se dizer que ele era governo e coisa que o valha, mas ele tinha uma linha - disse Simon, comparando ACM a Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Miguel Arraes e Juscelino Kubitschek. - Um homem assim, dessa garra, dessa geração, dessa formação de história - afirmou Pedro Simon, ressaltando que o Brasil enfrenta, hoje, "um momento trágico", com a falta de lideranças e de formadores de opinião.

Simon lembrou que partiram de Antonio Carlos diversas iniciativas que ele não esperava do político baiano, como o projeto de combate à fome e a elaboração de normas para se combater a impunidade.

O senador pelo Rio Grande do Sul lembrou que, quando morreu seu filho, com dez anos de idade, Antonio Carlos lhe enviou carta e também lhe telefonou, expressando muito carinho e apreço. Carinho que retribuiu quando faleceu o deputado Luís Eduardo Magalhães, filho de ACM:

- Tantos anos depois pude dizer a ele que meu filho era uma flor que não deixaram brotar e que o filho dele era um paraíso, rosas e mais rosas prontas para abrirem-se para o Brasil - disse.

E finalizou:

- Ele era isso: combatia, agredia, avançava, mas era o Brasil e era a Bahia. Está faltando na política brasileira mais gente que seja mais nosso povo e menos nós. Um abraço e um carinho muito afetuoso ao bravo Antonio Carlos - afirmou Simon.

08/08/2007

Agência Senado


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