Pequenos agricultores reivindicam ampliação do crédito rural



Milhares de trabalhadores rurais iniciaram nesta quarta-feira, dia 20 de março, movimentação em todas as capitais brasileiras para pressionar o governo federal a promover alterações na política agrícola. Em Porto Alegre, centenas de agricultores, ligados ao Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), acamparam na Praça da Alfândega, ao lado da agência central da Caixa Econômica Federal. Os manifestantes reivindicam ampliação do crédito para o plantio e comercialização, linha de financiamento para moradia rural e ampliação dos benefícios previdenciários. O deputado Dionilso Marcon (PT) afirma que, apesar do aumento da safra, os agricultores ficaram mais pobres. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume de produção de grãos – milho, feijão, soja e arroz – será 9,2% maior do que no ano passado. No entanto, o valor bruto da produção deverá cair 15%. “Isto significa uma redução de R$ 3,5 bilhões na renda do campo”, calcula. O parlamentar defende a alteração da política de importações do governo federal, responsável queda dos preços dos produtos agrícolas brasileiros. “Os armazéns de estocagem estão abarrotados de produtos importados. Há estados, como Goiás e Paraná, que já estão vendendo milho abaixo do preço mínimo”, destaca. Marcon lembra ainda que, enquanto sobra arroz estrangeiro no Brasil, o agricultor brasileiro gasta, em média, R$ 14,00 para produzir uma saca e vende por apenas R$ 12,00. “Há menos de três anos, o preço da saca de arroz era de R$ 21,00”, ressalta, lembrando que a situação é mais grave na pequena agricultura, que não conta com escala individual de produção. O parlamentar defende ainda o fim da exigência de escala de produção como critério para concessão de financiamento para a comercialização da safra. “É fundamental ampliar este instrumento. Do contrário, milhares de pequenas de propriedades rurais no Brasil não sobreviverão a mais esta crise”, conclui.

03/20/2001


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