Perillo propõe modernização da gestão do Estado para igualar Brasil aos demais emergentes
O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) defendeu, em discurso nesta segunda-feira (4), uma proposta alternativa de gerência do Estado, "baseada não em um projeto de poder como parece desejar o governo Lula", mas em um projeto administrativo, voltado para a perspectiva de construção de um país moderno na estrutura e na organização da máquina pública.
O senador salientou que, nos últimos dois anos, o Brasil ficou em penúltimo lugar em crescimento na América Latina, ganhando apenas do Haiti. Além disso, nos últimos anos o crescimento do país foi inferior à metade da média mundial incluindo os países africanos.
Perillo entende que, para o Brasil crescer de forma sustentada, serão necessárias atitudes concretas, "que tenham como líder alguém com autoridade", no sentido de melhorar a qualidade do gasto público, reduzir os juros e a carga tributária, que é a maior do mundo - 39,5% do PIB - e fazer a conclusão da reforma do Estado, incluindo as reformas política, tributária, administrativa e trabalhista.
O senador defendeu ainda a rediscussão do pacto federativo, argumentando que no modelo em vigor há uma assimetria entre as obrigações impostas à União e aos demais entes federados.
- Hoje, 73% de todas as receitas, impostos e contribuições ficam em poder da União, mas o povo acorre ou recorre aos governos estaduais e aos municípios - lembrou o senador.
Perillo disse ainda que, para o Brasil ser um país competitivo, são necessários investimentos na infra-estrutura de transporte tendo em vista o modelo multimodal. Ele defendeu cuidados com as estradas, planejamento ferroviário e hidroviário e cuidados com os portos, o que permitiria um escoamento mais rápido da produção.
Para superar os desafios da gestão pública, disse o senador, o PSDB tem discutido com lideranças nacionais, regionais e locais as necessidades do país, que vão desde problemas de saneamento básico, oferta de ensino e sistema de saúde de qualidade ao mapeamento de todas as cadeias produtivas.
- Queremos identificar os problemas brasileiros e oferecer alternativas para resolvê-los, num gesto de oposição propositiva, atuante e firme, sempre com o intuito de modernizar a máquina pública num processo democrático marcado pelo permanente diálogo.
Críticas de Chávez
Perillo voltou a criticar a postura ditatorial do presidente venezuelano Hugo Chávez em sua decisão de fechar a Rede Caracas de Televisão (RCTV). Para Perillo, porém, ainda mais grave é a situação de empobrecimento do povo da Venezuela, devido ao desmonte promovido por Chaves nas empresas privadas daquele país e da implantação de programas sociais assistencialistas, levando a grande maioria da população a depender econômica, política e socialmente do governo.04/06/2007
Agência Senado
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