Peritos criminalistas ajudarão na análise de documentos apresentados por Renan



O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), vai receber nesta terça-feira (5), às 15h, em seu gabinete, dois peritos do Instituto Nacional de Criminalística que irão ajudá-lo no exame e orientá-lo no manuseio dos documentos contábeis entregues à Corregedoria por Eduardo Ferrão, advogado do presidente do Senado, Renan Calheiros. Em entrevista à Agência Senado, Tuma afirmou que, na reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar desta quarta-feira (6), vai apresentar um resumo dos dados das operações financeiras, declarações de Imposto de Renda e dos extratos bancários de Renan de 2004 a 2006 apresentados à Corregedoria.

O presidente do Senado foi acusado pela revista Veja de ter tido contas particulares pagas pelo funcionário da construtora Mendes Júnior Cláudio Gontijo. Segundo a revista, Gontijo teria repassado durante vários meses à jornalista Mônica Veloso, mãe da filha de três anos de Renan, R$ 16.500 por mês, referentes ao pagamento de pensão alimentícia para a criança e ao aluguel da casa em que morava a jornalista. Em sua defesa, Renan afirmou que todos os pagamentos à jornalista foram feitos com recursos próprios devidamente documentados e que Cláudio Gontijo é apenas um amigo que intermediou o repasse do dinheiro.

Na mesma matéria, Veja cita a Operação Navalha, da Polícia Federal - que detectou um esquema de fraudes em licitações de obras públicas - para questionar o relacionamento do presidente do Senado com o empresário Zuleido Veras, dono da empreiteira Gautama.A reportagem serviu de argumento para basear uma representação do PSOL no Conselho de Ética contra Renan, por quebra de decoro parlamentar: o partido quer que o colegiado investigue "a ligação do senador com a Construtora Gautama e com a empreiteira Mendes Júnior" .

Para agilizar os trabalhos do Conselho de Ética nesta quarta, Tuma também já está providenciando o encaminhamento, aos 15 membros do colegiado, de cópias dos documentos entregues pelo advogado de Renan e que fazem parte de processo que corre naVara de Família em segredo de Justiça.

- O advogado de Renan já me avisou que entregará novos documentos e eu não considero que essa distribuição aos parlamentares seja quebra de sigilo. Eu estou dividindo a responsabilidade do sigilo para que os demais membros do conselho possam se manifestar sobre o assunto - alegou o corregedor.

Tuma também confirmou para as 16h desta tarde o depoimento de Cláudio Gontijo à Corregedoria. Segundo o parlamentar, um eventual pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal do funcionário da Mendes Júnior somente será decidido após a tomada do depoimento.

- Tudo vai depender do que ele disser no depoimento. Se alegar que fez os pagamentos com dinheiro do Renan porque era amigo dele, vou precisar pedir quebra de sigilo para comprovar os depósitos - afirmou Tuma, que vai sugerir ainda a Cláudio Gontijo que o depoimento não seja reservado.

De qualquer forma, a assessoria do presidente do Conselho de Ética, senador Sibá Machado (PT-AC), já informou que o senador vai assistir ao depoimento de Gontijo à Corregedoria.

Relatoria

Com relação à informação de que o presidente do Conselho de Ética estaria pensando em convidar Tuma para a relatoria do processo de investigação contra Renan no colegiado, o corregedor afirmou que ainda não recebeu qualquer convite, mas que, se convidado, vai discutir o assunto com Sibá Machado.

O corregedor do Senado foi enfático ao afirmar que, se escolhido relator do processo, vai pautar-se na investigação e nos fatos para acusar ou inocentar o presidente do Senado.

- Nunca disse que vou inocentar o Renan, como tem alegado a imprensa, mas até mesmo pelos meus cinqüenta anos de experiência na área criminal tenho que partir do pressuposto da inocência do acusado - explicou o senador, que já foi diretor-geral da Polícia Federal.

Tuma reafirmou ainda que pretende ouvir Mônica Veloso sobre o assunto e que está tentando marcar o depoimento da jornalista.

05/06/2007

Agência Senado


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