Perto de completar 110 anos, IPT moderniza instalações



Projeto de modernização prevê criação de unidades em São José dos Campos e Piracicaba

Ao se aproximar do seu 110º aniversário, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento, se prepara para um salto em termos de crescimento e modernização de suas atividades. Para isso, receberá, até 2010, recursos estimados de R$ 150 milhões, a maior parte proveniente do governo estadual e o restante de dotações resultantes de projetos com outras instituições, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira, que acaba de se tornar membro efetivo da Academia Internacional de Engenharia de Produção, explica que a modernização já é planejada e vem sendo realizada desde o ano passado. Em 2008, porém, houve uma ação mais forte nesse sentido do governo estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento.

O projeto de modernização abrange sete grandes laboratórios e os centros de simulação numérica e realidade virtual, e de ensaios de estruturas, que deverão ficar prontos em 2009. Esse projeto está estruturado sobre quatro princípios: promoção da pesquisa para a inovação no IPT, estímulo às estruturas de pesquisa e desenvolvimento nas empresas, expansão e fortalecimento das atuais áreas de atuação do instituto e implantação de novas áreas, além da ampliação da presença regional da instituição.

Uma das metas do IPT é seguir atendendo às demandas tecnológicas das empresas, mas fortalecendo a pesquisa pré-competitiva. Isso significa trabalhar com capacidade própria no desenvolvimento tecnológico para, depois, negociar com a indústria, em vez de partir apenas de demandas específicas dela.

A intenção da instituição é, também, fortalecer os setores nos quais já atua, como Engenharia Naval, Química e Bionergia. No caso específico de Engenharia Naval, a meta é instalar um laboratório de protótipos, que reduzirá em 10 vezes o tempo de fabricação de modelos para testes de embarcações. Em Piracicaba, será criado um laboratório de gaseificação de biomassa. Com a unidade, o instituto fortalecerá também o setor de bionergia.

Novos recursos – O projeto de modernização objetiva ainda a atuação do instituto em novas áreas. O laboratório de pesquisas em estruturas leves, a ser implementado em São José dos Campos, é um exemplo. Com o apoio do BNDES e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Embraer e Fapesp, pretende-se desenvolver novos conceitos de fabricação e testes de estruturas leves para várias aplicações. Outro exemplo é o Centro de Bionanotecnologia, que deve promover, de forma integrada, as pesquisas sobre nanotecnologia e biotecnologia do instituto.

De acordo com Oliveira, o IPT deve ampliar as capacitações laboratoriais e de recursos humanos, além de oferecer respostas mais rápidas e precisas às atuais demandas das empresas. A modernização prevê a readequação da gestão de recursos humanos. A idéia é enviar pesquisadores ao exterior, de forma a desenvolver uma cultura de pesquisa internacional. O sistema de avaliação de desempenho também passará por renovação. Além disso, o instituto vai contratar 278 pessoas, por meio de concurso, entre pesquisadores, técnicos e engenheiros.

O processo de modernização envolve investimentos, compras e importações. Parte dos recursos já está sendo aplicada. As importações necessárias para a infra-estrutura dos novos laboratórios foram iniciadas, e os equipamentos já estão chegando. A expectativa é que, no primeiro semestre de 2009, sejam inaugurados os laboratórios de apoio às indústrias, como o de produção de protótipos navais, o centro de microscopia eletrônica, o laboratório de simulação numérica e realidade virtual, que têm investimentos do governo estadual, Ministério da Ciência e Tecnologia e Petrobras. O laboratório de simulação numérica, por exemplo, é pioneiro, com sofisticado sistema computacional, cujo objetivo principal é simular o comportamento dinâmico de estruturas flutuantes, como as plataformas marítimas de petróleo. Já o centro de bionanotecnologia está previsto para o final de 2009.

Presente em etapas históricas

O IPT nasceu no fim do século 19, e nunca parou de crescer. No início do século 20, deu sua contribuição para a construção de estradas de ferro. Esteve presente também na construção das principais hidrelétricas do País, como Paulo Afonso e Ilha Solteira (anos 50), e do Metrô de São Paulo (anos 70).

Localizado na Cidade Universitária, tem laboratórios em Guarulhos e Franca. Suas instalações se distribuem, atualmente, por 67 prédios, ocupando mais de 96 mil metros quadrados, onde funcionam 13 centros, 30 laboratórios e dez seções técnicas. Com o projeto de modernização, ganhará mais sete laboratórios.

Atualmente, o IPT tem cerca de 500 pesquisadores e mais de 400 técnicos. Atua nas áreas de engenharia civil, metalurgia, madeiras, mecânica e eletricidade industrial, engenharia naval e oceânica, transportes, química, geologia, couros e calçados, biotecnologia, tecnologia ambiental, normalização e qualidade industrial, informação tecnológica, informática, educação de nível superior e treinamento.

O instituto tem mais de 400 projetos de P&D em andamento. A maioria está relacionada às demandas dos setores empresariais público e privado. Alguns, segundo o diretor-presidente, muito importantes, como as pesquisas sobre as propriedades de fluência de rochas salinas, fundamental para a exploração de petróleo na Bacia de Santos, ou o desenvolvimento de processos biotecnológicos para a produção de plásticos biodegradáveis, já patenteados.

Paulo Henrique Andrade, da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)



10/02/2008


Artigos Relacionados


IBGE prepara novidades em pesquisa ao completar 75 anos

Ao completar 40 anos, Sabesp tem meta de universalizar saneamento

Ao completar 10 anos, Escola da Família vai dar mais bolsas

Ao completar 40 anos, Sabesp tem meta de universalizar saneamento

Paim relembra trajetória política ao completar 60 anos

MENOR QUE ASSASSINAR PODE SER JULGADO AO COMPLETAR 18 ANOS