Pesquisa do Ipea diz que gasto do brasileiro com transporte é igual a despesa com alimentação
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta segunda-feira (24) os resultados do Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) sobre mobilidade urbana. De acordo com a pesquisa, 44,3% da população brasileira usa o transporte público como principal meio de deslocamento nas cidades. Na região Sudeste, esse percentual atinge 50,7%.
Apesar da importância do transporte público, a quantidade de ônibus em circulação no Brasil cresceu menos, de 2000 a 2010, que a quantidade de veículos particulares. Atualmente, há um ônibus para cada 427 habitantes, enquanto, em 2000 era um para 649 pessoas. Em relação aos carros, a proporção hoje é de um automóvel para cada 5,2 habitantes, enquanto há dez anos era de 8,5.
O Sips também revelou contrastes nos tipos de transporte de cada região brasileira. Quase 50% das pessoas que andam de ônibus no País estão na região Sudeste, enquanto 45,5% daqueles que utilizam bicicleta moram na região Nordeste. Da mesma forma, 43,4% dos utilizadores de motocicleta também estão no Nordeste.
“Houve uma mudança de ponto de vista da composição da frota. Em 2000, os automóveis eram 62,7% do total de veículos no Brasil. As motos eram 13,3%. Agora, em 2010, os automóveis são 57,5%, contra 25,2% das motos”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. “Para cada ônibus novo colocado em circulação nos últimos dez anos, apareceram 52 automóveis”, concluiu.
Um dos dados citados na apresentação do estudo, retirado da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), é o de crescimento dos gastos com transporte no País. Em 2000, esse tipo de serviço era responsável por 18,7% das despesas de consumo do cidadão, em média. Em 2010, chegou a 20,1%, enquanto a alimentação caiu de 21,1% para 20,2% no mesmo período.
O Sips traz, ainda, informações preocupantes sobre a quantidade de pessoas afetadas por congestionamentos em cada região do Brasil. No geral, 69% dos cidadãos disseram que enfrentam engarrafamentos. De cada três brasileiros, dois tiveram a percepção de que a sinalização de trânsito é ruim. Em relação à segurança, 32,6% declararam que não se sentem seguros nunca ou se sentem apenas raramente no meio de transporte que mais utilizam.
Fonte:
Ipea
24/02/2011 19:40
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