Pesquisa revela desenvolvimento em municípios emancipados



Pesquisa desenvolvida pelo Núcleo de Estudos e Tecnologia em Gestão Pública (Nutep) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul revela que, nos últimos 20 anos, de cada 10 municípios que registraram crescimento econômico, oito foram emancipados no mesmo período. A informação foi transmitida pelo coordenador do Nutep, professor Luis Roque Klering. Ele foi o palestrante da reunião de ontem da Comissão de Assuntos Municipais, presidida pelo deputado Giovani Cherini (PDT). Klering apresentou a base do estudo que desenvolve há mais de 19 anos, comprovando que os pequenos municípios foram os que mais cresceram, na medida em que conquistaram independência administrativa. Os fatores para esse crescimento, segundo ele, vão desde a descentralização, investimentos em setores como turismo, aproveitamento dos recursos naturais até a boa gestão da administração pública. O fundamental, porém, na avaliação do professor é que nas pequenas comunidades o espírito de solidariedade e engajamento cívico são muito mais fortes e isso resulta em benefícios para a população. Klering também apresentou tabelas sobre a evolução do PIB estadual e as 10 cidades que detém a maior contribuição para este índice, passando por Porto Alegre até Bento Gonçalves. A análise que deteve maior atenção de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e representantes de comissões emancipacionistas presentes à reunião, foi sobre o desempenho dos pequenos a partir das emancipações de 1982. Na primeira leva de emancipações, o município de Bom Princípio foi o que apresentou melhor desempenho aumentando sua participação no PIB estadual em 322%, em 20 anos. Neste mesmo grupo seguem-se exemplos positivos de Capão da Canoa, Jóia, Salto do Jacuí, Teutônia e Parobé. Do grupo que se emancipou em 1988, Tupandi é tido como referência de desenvolvimento, crescendo 10 vezes mais em 10 anos do que muitos municípios já estabelecidos. Já os municípios que se emanciparam em 1992, a contribuição para o PIB gaúcho era de 2,77%, passando em sete anos para 3,3%. Neste grupo estão, por ordem de maior participação, Santo Antônio do Palma, Travesseiros, Maratá, Sentinela do Sul e Barão do Triunfo. Em 1996, dos 40 emancipados, 10 foram instalados no ano seguinte. Esse grupo começou com 1% de participação no PIB gaúcho e agora já contribui com 9% deste índice. Os outros 30 foram instalados neste ano. Para Klering, está mais do que comprovado que, na medida em que as atenções se voltam para o interior, as possibilidades de desenvolvimento são bem maiores. Quanto menor, garantiu, maior autonomia ele tem. O fim da migração de região para região é outro resultado positivo. O deputado Giovani Cherini afirmou que as informações prestadas pelo professor Klering reforçam a tese de que é preciso emancipar para desenvolver. Cherini também concorda que o mundo vai girar em torno da tecnologia e das idéias. No entendimento do parlamentar, na medida em que as cidades evoluem tecnologicamente, estruturando suas comunidades, será possível inverter o processo do êxodo rural para o êxodo urbano. "Chegaremos a uma situação em que as pessoas deixarão as cidades grandes e voltarão para o Interior", disse. Para tanto, aposta que as administrações municipais usem da criatividade e da inovação para colher bons resultados. "Municipalismo e emancipações são o futuro do Rio Grande", afirmou.

05/16/2001


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