Pesquisa: Unicamp e Aché testam nova droga contra diabetes



Fase inicial da pesquisa deverá durar cerca de três anos

A Unicamp e a Aché Laboratórios Farmacêuticos assinaram na tarde de hoje, na sala do Conselho Universitário (Consu), contrato de licenciamento para o desenvolvimento de um novo medicamento sintético indicado para o diabetes melitus (tipo 2). A pesquisa, que está em fase inicial, foi desenvolvida pelo professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Licio Velloso. A Ache investirá R$ 2 milhões nessa fase, que deverá durar cerca de três anos.

A pesquisa de Velloso está focada em um composto desenvolvido no Laboratório de Sinalização Celular da FCM, cujas propriedades alteram uma molécula de DNA, bloqueando uma proteína que atua na regulação do metabolismo. Segundo ele, esse composto melhora a produção de insulina, principalmente nos tecidos periféricos. A parceria, considerada rara em termos de Brasil, foi uma iniciativa do Instituto Uniemp e teve participação fundamental da Agência de Inovação da Unicamp (Inova).

Na primeira etapa da pesquisa, serão avaliados os efeitos do composto sobre a secreção e a ação da insulina. Serão realizados, ainda, testes toxicológicos e de biodisponibilidade. Em uma outra fase, o composto será comparado a outras drogas já em uso para o tratamento do diabetes melitus em humanos para a comprovação de sua eficácia.

Licio explicou que ao longo dos anos é possível observar um aumento da prevalência desse tipo de diabetes, que já atinge de 10 a 12% da população brasileira. Segundo ele, esse tipo de diabetes é proveniente principalmente da má-alimentação, da obesidade e da inatividade física. “Isso reduz a expectativa de vida através do aumento das doenças vasculares, renais e oftalmológicas”, ressaltou.

A droga já foi testada em camundongos com diabetes e os resultados comprovaram a sua eficácia. De acordo com o pesquisador, “é importante que a indústria farmacêutica nacional invista em projetos de P&D desde seu início. Essa parceria fornecerá os subsídios necessários para a continuidade do projeto”.

Para o diretor presidente da Inova, Roberto Lotufo, essa é uma parceria importante e arrojada para ambas as partes. “Ela é fruto de um investimento significativo tanto da Unicamp quanto da Aché”. Disse. Já o diretor executivo de estratégia e desenvolvimento da Ache, José Ricardo Mendes da Silva, observou que a parceria insere o laboratório em uma almejada linha de produção de sintéticos.

José Roberto Lazarini, diretor médico-científico da Aché, disse que a expectativa é que o composto desenvolvido melhore a produção de insulina e também a sua ação. "Nenhuma outra droga encontrada no mercado para diabetes melitus é capaz de ter as duas ações simultaneamente e, por isso, a grande inovação que o medicamento promete”, explica.

O reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, afirmou que o contrato é fruto do modelo adotado pela universidade. “A pesquisa realizada aqui gera conhecimento novo que é, conseqüentemente, passada aos alunos. Is

10/02/2006


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