Pesquisador da Embrapa defende cautela na reforma do Código Florestal
Evaristo Eduardo de Miranda, doutor e pesquisador da Embrapa, defendeu hoje durante audiência pública conjunta no Plenário, a reforma do Código Florestal, desde que isto seja feito de maneira a impedir que aconteçam mais desmatamentos. Ele apresentou aos senadores o sistema de gestão territorial da Embrapa, que monitora por satélites, entre outros dados, as extensões territoriais destinadas à preservação ambiental.
Segundo Evaristo, em números gerais, pode-se dizer que, atualmente, cerca de 30% da extensão territorial nacional estão disponíveis para atividades agropecuárias, estando os outros 70% destinados a reservas legais, ambientais e indígenas, e também para as chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs).
De acordo com o especialista, um dos cenários, em uma possível alteração do Código Florestal, seria a inclusão dessas APPs no cálculo da área das reservas legais, o que elevaria para 41% a área disponível para as atividades agropecuárias.
Ele também chamou a atenção para a necessidade de, ao se fazer a modificação, levar-se em conta a complexa situação de ocupação ilegal de atividades agropastoris do país, práticas que perduram há mais de um século, com plantio de café em São Paulo e Minas Gerais; arroz e vinhedos no Rio Grande do Sul; pecuária no Pantanal; e irrigação no Nordeste nas beiras de rios.
- Todas essas atividades acontecem em áreas de preservação permanente, mas isto terá que ser resolvido no âmbito do Código Florestal, já que essas pessoas estão ali há muito tempo - disse ele.
Mais informações a seguir
29/04/2009
Agência Senado
Artigos Relacionados
Anibal Diniz defende equilíbrio na reforma do Código Florestal
Senado mostra cautela ao modificar novo Código Florestal
Impacto do novo Código Florestal em APPs preocupa pesquisador
Sem contribuição científica, Código Florestal será 'desastre', diz pesquisador
Pedro Simon defende 'cautela' na reforma administrativa do Senado
O projeto de reforma do Código Florestal em detalhes