Pesquisadores discutem uso da nanotecnologia na biomedicina
Pesquisadores que participam do “XIII Seminários Avançados em Doenças Tropicais e Controle de Vetores”, que acontece até o próximo sábado (30) no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), debatem sobre o uso de nanotecnologia na área da biomedicina. Durante o evento, foi apresentado o pedido de patente de uma pesquisa do Inpa para o controle de doenças tropicais.
O pesquisador Andriy Grafov, da Universidade de Helsinki (Finlândia) e parceiro de pesquisas do Inpa, ministrou a palestra a “Potencial de nanotecnologia na área biomédica”. Segundo o pesquisador, um nanomaterial é um milhão de vezes menor que um metro. Para se ter uma vaga noção do que o número representa, pode-se comparar um trecho de um quilômetro com apenas um milímetro.
De acordo com o pesquisador, o uso da nanotecnologia para a área da biomedicina pode representar um importante avanço nos estudos da saúde humana. Áreas como visualizações de medicamentos e diagnósticos, engenharia de tecidos e veiculação de remédios, foram abordadas como as principais representações que a nanotecnologia pode oferecer.
O uso de pontos quânticos, que servem como marcadores fluorescentes, pode ser utilizados na aplicação de vacinas para uma melhor visualização da ação do medicamento. Além disso, as nanopartículas fluorescente pode simplificar a detecção de doenças sem utilizações de laser e mostrar como anticorpos podem interagir com células antitumorais. As pesquisas para tratamento de câncer são as mais avançadas quando se trata da nanotecnologia.
“Há pesquisas também na área de engenharia de tecidos para a produção de um nanomaterial para a cartilagem, já que é uma área em que não tem corrente sanguínea e no caso de uma lesão, demora mais para curar. Seria um material para se aplicar no dano, enquanto a cartilagem não se regenera”, explica Grafov.
Leishmaniose
A pesquisadora Iryna Grafova da Universidade de Helsink (Finlândia) e parceira nos estudos do Inpa, abordou em palestra o uso das nanopartículas no tratamento das doenças tropicais que ainda matam milhares de pessoas no mundo, anualmente. Segundo a pesquisadora, a utilização das nanopartículas para o tratamento de doenças tropicais apresenta vantagens sobre medicamentos que hoje são usados. “Os medicamentos utilizados têm eficiência limitada, apresentam severos efeitos colaterais e por serem antigos, o parasita já está habituado e formou resistência quanto a droga”, afirma Grafova.
A pesquisadora defendeu o uso de medicamentos com nanopartículas com a apresentação de um creme para o tratamento da leishmaniose cutânea. O medicamento desenvolvido pelo grupo da pesquisadora do Inpa, Antônia Franco, é composto com nanopartículas à base de antimônio que podem reduzir significativamente os efeitos colaterais de medicamentos utilizados atualmente, como o Glucantime. A droga pode ser aplicada diretamente na pele, o que aumenta a penetração do ingrediente ativo. O grupo de pesquisas entrou com um pedido de patente este ano para o produto.
De acordo com as conclusões de Grafova, a eficiência do medicamento é 30 vezes mais elevada e confirma 100% da mortalidade de parasitas em relação ao medicamento antiparasita, Glucantime (pesquisa já realizada em experimentos in vivo).
Fonte:
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
29/11/2013 17:44
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