PF prende quadrilha que fraudava reforma agrária e Incra exonera envolvidos



A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira (30), 20 pessoas acusadas de participar de um esquema criminoso que fraudava projetos de reforma agrária em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os danos chegam a R$ 12 milhões.


A Operação Tellus, feita em parceria com o MPF, cumpriu os 20 mandados de prisão e 25 mandados de busca. Entre os presos estão o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Mato Grosso do Sul, Waldir Cipriano Nascimento, servidores do Incra, empresários da região, líderes de assentamentos e dois vereadores do município de Itaquiraí.
 

Sobre a operação, a presidência do Incra divulgou nota lembrando que o MPF, a Polícia Federal e os órgãos de controle “são parceiros do Incra na fiscalização das políticas públicas voltadas à reforma agrária”. A nota acrescenta que, ainda nesta segunda-feira, foram exonerados o superintendente regional do Incra em Mato Grosso do Sul, o superintendente substituto e o chefe da Unidade Avançada de Dourados (MS).
 

Segundo o instituto, a partir desta terça-feira (31), o servidor Manuel Furtado Neves assumirá interinamente o cargo de superintendente regional do Incra no estado. Foi também determinada a instalação imediata de auditoria interna para apurar eventuais irregularidades na gestão do Incra do Mato Grosso do Sul. E está suspenso, temporariamente, o pagamento dos créditos aos assentados e todos os processos de obtenção de imóveis rurais para a reforma agrária no estado.
 

O Incra assegura a normalização no atendimento institucional da autarquia no Mato Grosso do Sul a partir desta terça-feira (31).
 

Investigações começaram há 8 meses


De acordo com a PF, as investigações da Operação Tellus começaram há oito meses. Em 2007, o Incra investiu R$ 130 milhões na aquisição de quatro fazendas do Complexo Santo Antônio, em Itaquiraí. Cerca de 17 mil hectares foram desapropriados e distribuídos em quatro projetos de assentamento de sem-terra nos municípios de Santo Antônio, Itaquiraí, Caburei e Foz do Rio Amambai.


No fim de 2008, os lotes foram sorteados de forma irregular. Os melhores lotes foram reservados aos líderes dos movimentos sociais. Além disso, houve desrespeito ao cadastro prévio de acampados – a Relação de Beneficiários (RB), com a distribuição de 497 lotes a pessoas não habilitadas e a desconsideração de 425 pessoas habilitadas que não receberam lotes.


Segundo a PF, a quadrilha também vendia lotes ilegalmente. Alguns viraram sítios de lazer. Também houve recebimento de propina por parte de servidores do Incra para a exclusão de imóveis rurais do processo de avaliação para verificação de produtividade.


A operação envolveu 137 policiais. Além das prisões, foram apreendidas armas e cerca de R$ 60 mil na casa dos envolvidos.


Fonte:
Incra

 



30/08/2010 19:41


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