PIMENTA DA VEIGA EXPLICA PROBLEMAS DA TELEFONIA
O ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, admitiu nesta terça-feira (dia 17) que os serviços telefônicos do país apresentam problemas, mas que são pequenos frente aos avanços obtidos no atendimento aos usuários desde que o Sistema Telebrás foi totalmente privatizado há um ano. O ministro falou em reunião conjunta das Comissões de Serviços de Infra-Estrutura e de Fiscalização e Controle, onde também estiveram presentes o vice-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Francisco Perrone, o deputado estadual por São Paulo Gilmar Tato (PT) e o diretor da Federação dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fittel), Luiz Antônio de Souza e Silva.O principal avanço citado por Pimenta da Veiga foi o acesso ao telefone por um grande número de cidadãos desde o início da privatização. Na telefonia fixa, as linhas passaram de 20 para 25 milhões e na telefonia celular, de cinco para dez milhões. O ministro disse que os problemas relativos a ligações não completadas e panes no sistema de discagem interurbana estão sendo investigados. Em alguns casos, as operadoras consideradas culpadas foram multadas em até R$ 30 milhões.- O importante é que a privatização está propiciando a competição entre as empresas e permitindo a universalização do telefone - disse o ministro, que citou o uso de celulares por operários como uma melhoria para a população.A senadora Emilia Fernandes (PDT-RS), que presidiu a reunião juntamente com o senador Romero Jucá (PSDB-RR) alertou para o nível de insatisfação com a qualidade dos serviços e atribuiu as disfunções da telefonia à pressa com que foram feitas as mudanças no sistema. O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) listou uma série de deficiências, entre elas a existência de localidades na baixada fluminense onde 90 mil pessoas são servidas por apenas três orelhões.Para a senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) e o senador Pedro Piva (PSDB-SP), a ousadia do programa de privatização da Telebrás é elogiável. Os dois parlamentares chamaram a atenção para os benefícios da massificação e do barateamento dos telefones celulares. O senador Romero Jucá pediu ao ministro que esclarecesse como se dará o aumento dos serviços telefônicos nas regiões mais afastadas dos grandes centros, como a Amazônia. O ministro garantiu que essas áreas receberão cada vez mais telefones, inclusive destinados a aldeias indígenas.O deputado Gilmar Tato, relator de uma CPI na Assembléia Legislativa de São Paulo sobre as falhas da telefonia, criticou a Anatel por não fiscalizar as operadoras, que estariam remetendo lucros ao exterior sem fazer os investimentos devidos.
17/08/1999
Agência Senado
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